Vivíamos numa região populosa, do Conselho de Lisboa. Hoje vivemos numa na pequena Aldeia, do Chão da Parada, porque cá parou o Rei D. João II, esposo da Rainha Leonor, a qual foi curada pelas águas termais, das Caldas da Rainha, como é chamada hoje. À ela, deve-se o Hospital da Cidade.
Há alguma diferença? Afinal, estamos há 1 hora de viagem, apenas. Esta é uma curiosidade interessante. Tão perto, tão diferente. Com 30 minutos de viagem, já saímos do grande centro, e encontramos vilarejos, as aldeias.
Em Lisboa, as pessoas estão a correr, bem ocupadas, e focadas em si mesmas. As pessoas estão ali, não para se relacionar. Elas estão ali para trabalhar, para estudar, ou para "turistar".
E nas Aldeias? As pessoas não estão ocupadas? Não trabalham? Sim, sim. Mas, há muitos aposentados disponíveis, à procura de uma prosa. Também os via em Lisboa, mas a cultura é diferente. Quando os cumprimentava, havia uma resposta um tanto surpresa. E passear o cão e a criança, provocava alguns contactos. Contactos momentâneos, corriqueiros e superficiais.
Enquanto que numa Aldeia, as pessoas estão mais abertas. Mais prontas para se relacionarem. Não sabemos ainda a profundidade disto, entretanto, há sim maior abertura, nem que seja para uma conversava mais alargada. O que lá acontecia nos cafés, cá na Aldeia acontece quando passamos por alguém, e não só com os vizinhos mais próximos.
Há um espírito de ajuda mútua. Trocamos verduras, e alguns serviços. E até algumas atitudes de carinho, em datas festivas. Fomos surpreendidos no Natal, com uma "tarte" deliciosa.
O que é mais impressionante, é que estamos há 7 minutos do Centro das Caldas. Lá as pessoas também são mais amistosas. Foi a nossa experiência nos órgãos públicos, e especialmente nas Escolas.
E também estamos há 7 minutos da Praia, Salir do Porto e São Martinho. Estão uma ao lado da outra, mas há uma diferença de público ou motivação. Em Salir as pessoas querem subir as Dunas, em São Martinho, elas querem as Lojas, ou simplesmente uma caminhada mais elegante, no "passeio marítimo" (o "calçadão" do Brasil).
Tão perto geograficamente, e tão longe culturalmente. É assim cá em Portugal.
Instagram: @vacilius.lima
Foto: Aldeia de Monsanto, a "Aldeia mais portuguesa de Portugal"
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