Não é somente uma questão de estatísticas e ranking.
Andar em Portugal é, drasticamente, leve. Sair, parar o carro, caminhar pelas ruas e praças, sem a tensão de que a qualquer momento, você pode ser abordado, por um criminoso qualquer, é uma experiência inexplicável para quem vivia numa cidade, Poá, perto da Zona Leste de São Paulo.
Saber que sua cidade está nas estatísticas, entre os Municípios onde mais se matou, em São Paulo, é angustiante. Mais angustiante agora. Porque enquanto lá, desenvolvemos comportamentos preventivos.
Comportamentos esses que ao repetirmos cá, sorrimos. Não há mais sentido esconder o Telemóvel (celular), por exemplo.
Depois de alguns anos em Portugal, parece-me um pesadelo lembrar-me de que num fim de noite, 3 de colegas foram alvejados por atiradores, a sangue-frio, dos quais 2 morreram ali, ao pé de casa.
É inimaginável, triste, chocante, e terrivelmente inadmissível que coisas assim fazem parte da vida de muita gente querida.
Com esse histórico fui viver numa das Zonas mais perigosas de Portugal. Agualva-Cacém. Confesso-lhe que sorria quando alguém dizia: "Isto não é mais como dantes. Está muuuuito perigoso."
Muito perigoso porque de tempo em tempo, alguém era roubado, e levavam-no o Telemóvel.
Então, vivemos num Paraíso?
Quem tem aquele histórico, que partilhei, pensa sim estar num Paraíso, tendo em vista que, Paraíso nos remete a um lugar de paz.
Por outro lado, não há Paraíso em sua totalidade, porque ainda assim há um perigo ou outro, porque o "mundo que jaz no maligno", e ele permite-se ser conhecido, de outras maneiras.
Não há perigos nas ruas, mas há grande número de assassinato dentro de casa, e também de suicídio.
É também chocante quanta gente toma anti-depressivos.
Outro mal que mata os portugueses é a nicotina. É um país de fumantes.
Enfim, ainda num Paraíso, se não se sabe viver, ele pode ser um inferno. Daí a necessidade do Paraíso começar dentro de cada um, dentro de cada lar.
Instagram: @vacilius.lima
FOTO: Jardim do Palácio de Queluz, onde nasceu e morreu D. Pedro I, o Imperador do Brasil.
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ResponderExcluirRealmente,muito triste as mortes aqui em frente de casa,eu se pudesse também sairia daqui e iria pra bem longe,mas é difícil entrar em pais estrangeiro né,então tenho que conviver com isso e pedindo a Deus misericórdia para todos
ResponderExcluirApesar de tudo,"MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,ONDE CANTA O SABIÁ..."e,por coincidência,meu vizinho tem um pássaro desse,que todas as manhãs nos desperta com seu canto...Isso nos dá esperança de dias melhores...Aleluia...amo vocês...
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