Sinta-se Em Casa

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terça-feira, 28 de novembro de 2023

O que é o Advento de Natal?

Sabe daquelas experiências que seria bem melhor ter vivido antes? Foi assim com o Advento de Natal ao redor de nossas mesas.   

Quando chegamos a Portugal fomos expostos a esta cultura que pensei ser mais anglo-saxônica num primeiro momento e depois vimos que se espalhou pela Europa e América do Norte, e hoje já temos sabido de um bom envolvimento de brasileiros nesta prática.  

É uma maneira de “chamar para mais perto” Emanuel, o Deus conosco.  

Entretanto, as primeiras celebrações do Advento aconteceram na Península Ibérica Portugal e Espanha, e também Gália (atual França), ainda no final do século IV. E depois já no século VII é encontrado em Roma com um aspecto mais escatológico apontando para Segunda Vinda de Cristo.   

Curiosamente, e muito importante, a Reforma Protestante na Europa não baniu o Advento. Ele acontecia nas Igrejas Anglicana, Luteranas etc.   

Retornando ao nosso tempo ainda no Brasil, já desfrutava da bênção de ser liberto da obrigatoriedade de toda parafernália que envolve o Natal e até de algumas práticas pagãs neste processo. Porém, também deixei uma posição mais extremista de que não pode nada. Se não faço algumas coisas, respeito aos que as fazem, pois afinal cada um anda conforme a luz que o ilumina, e o fazemos com cuidado de não fugir da simplicidade do Evangelho.  

O Advento desenvolve em nós a atenção para virtudes básicas como a esperança e a alegria, as quais andam juntas com a uma vida de oração e a gratidão. Pois a oração sem esperança é somente um ritual vazio, e a esperança sem oração não passa de pensamento positivo. Já a alegria sem gratidão é momentânea e circunstancial bem como a gratidão sem alegria é pouco contagiante.   

O Advento deve reunir estas virtudes e boas práticas, por isso, avançamos a considerar o que é o Advento e qual o seu significado para nós.  

Advento (do latim Adventus: “chegada”) antecede ao Natal no calendário litúrgico cristão. É a preparação para a grande Celebração. Diga-se de passagem, que a grande Celebração no calendário religioso é o Natal, entretanto, se levamos em consideração o propósito da Primeira Vinda de Cristo que culminou em sua morte, tudo fará maior sentido se olharmos para o Natal a partir da Ceia do Senhor.  

A Estação do Advento é formada pelas quatro semanas que antecedem o Natal. É uma época de espera e antecipação, cujos ritmos nos levam a viver a expectativa das promessas descritas nas profecias sobre a vinda de Jesus e os acontecimentos marcantes de seu nascimento. É um tempo de aprender sobre as implicações para a nossa vida atual do fato de que temos um Deus que assume o nosso lugar e providencia os meios para nossa salvação, que é fiel e cumpre suas promessas. Também nos prepara para viver enquanto esperamos a segunda vinda de Jesus. Pois Ele disse: “(…) virei outra vez” (João 14:3) ... O Natal é alegria e festa. O Advento é reflexão e espera. (BELMONTE, Vanessa)   

Para além das leituras e orações diárias, do dia 01 ao dia 25, há uma simbologia histórica nas velas. Pena que perdemos tanto do simbolismo presente na igreja dos primeiros séculos. 

A primeira VELA é a VERMELHA já no primeiro domingo de dezembro, simboliza o perdão. É o sangue de Cristo derramado por nossos pecados. É o que faz sentido para seguir para o próximo domingo.  

“Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. (Mt. 1:21-23)  

Daí, no segundo domingo, já tendo celebrado a purificação, nós anunciamos a nossa esperança, com a simbologia da VELA VERDE. A esperança de que tiveram os patriarcas e os profetas: “Brotará uma vara do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes” (Is 11,1).  

Já no terceiro domingo celebramos a alegria, com a simbologia da VELA ROXA. Uma alegria anunciada pelos profetas e cumprida em Jesus: “Mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor.” (Lucas 2:10-11).  

E por fim, no domingo que antecede o Natal, a VELA BRANCA do Advento anuncia a chegada de um Reino de paz e justiça em Jesus. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Rm. 14:17)  

"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Podero­so, Pai Eterno, Príncipe da Paz." (Is. 9:6) 

Sendo assim, esperamos que a prática do Advento desenvolva em nós uma postura de solitude, esperança e alegria em Emanuel, o Deus Conosco. 

“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa.” (Hb. 1:1-3) 


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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

SAUDADES, SAUDADES

Já viram que, do nada, eu posto stories da Seleção Brasileira? É mais que futebol. São memórias profundamente significativas. 

Quando vejo alguns lance é automático lembrar-me onde estava e com que estava, e até o que estávamos a picotar durante o jogo e o que comemos naquele dia. A euforia, o nervosismo, a crítica inflamada, a celebração calorosa, enfim, memórias, memórias.

Não existe story aleatório para um imigrante. Sempre haverá razão, ou emoção de ser. 

Por que ele postou algo sobre esta comida, esta pessoa que ninguém conhece, a foto de um carro, de uma casa, ou até de uma roupa? Sei lá! São maneiras de partilhar a dor. 

Partilhar a dor? As memórias não são tão boas? A dor de que aqueles momentos que eram rotineiros passam a ser lembranças. 

O que fazem as lembranças? Provocam um misto de satisfação com desconfiança. A satisfação de que tudo valeu a pena, e a desconfiança de que talvez não se repita. 

Quando estamos mais vulneráveis?

O friozinho a bater à porta no outono já nos deixa mais sensíveis, e então sorrateiramente as memórias vêm. Elas vêm quando menos esperamos. É só ouvir uma música, sentir um perfume, uma foto, uma data etc.

O que fazemos para reagir?

Aprendemos a criar novas memórias, ter outras alegrias, acalentar o coração com outras vivências. 

Sabe o que é interessante? É que se um dia voltarmos ou se para outro país formos, sentiremos saudades das memórias de Portugal. 


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