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terça-feira, 25 de julho de 2023

Missões e Turismo

Os Frades Menores, da Ordem Franciscana, inspirados em Jesus, fizeram o voto de pobreza, o qual constituía em dependência total do Pai para as suas provisões. 

Os Franciscanos passaram a ser referência de vida modesta, e ainda sinônimo de abnegação e devoção missionária.  

Não é este o olhar de alguns para com os missionários? Quanto mais "coitadinhos" mais transmitem a seriedade digna das missões.

O outro lado da moeda, são aqueles que foram para o outro extremo do pêndulo. Talvez já tenho visto abusos desnecessários e tomaram o caminho da ostentação, onde os missionários precisam ter tudo de bom e do melhor sempre. 

Vamos fugir desta cosmovisão pendular? Vamos buscar o ponto de equilíbrio? 

"Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, sem bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece." (Fp. 4:12-13)

Precisamos discernir entre os missionários e os "missioristas". 

Não vamos perder tempo a falar dos "missioristas" cujo motivação número 1 é a de promover a si mesmo e buscar o próprio bem. Aliás, a agenda deles submete o ministério aos interesses pessoais. Eles também poderiam ser chamados de mercenários e lobos vestidos de ovelha. 

Vamos falar de gente séria, que está no campo missionário a fazer um bom trabalho com a motivação correta e aproveita as oportunidades, todas as oportunidades. 

Por que um missionário deve aproveitar as todas as oportunidades, inclusivamente turísticas? 

1) Faz parte do pregar o Evangelho também o viver o Evangelho. O que é viver o Evangelho? Inclui tempo de descanso, tempo em família, tempo de contemplação da Criação, tempo de admirar os feitos humanos como expressão da criatividade divina. Enfim, tempo de desfrutar da vida em sua totalidade;

2) Viver num outro país sem explorar todas as suas realidades empobrece a visão sobre o mesmo. As oportunidades turísticas comunicam muito da cultura local;

3) As realidades mais duras e mais difíceis já virão naturalmente, como parte da realidade missionária, então, abrir espaço para o belo e para as experiências de contemplação têm o poder de trazer um renovo necessário; 

4) A saudade, a falta da família, precisam ser compensados como caminho de cuidar do coração, então, passear com a família ajuda neste processo; 

5) As pessoas que conhecem de maneira direta uma família missionária, que participa com ela e a ama, terá alegria em ver que estão a desfrutar de certas oportunidades. Já recebemos algumas vezes, ofertas específicas para fazermos férias. Isto não viria de quem não anda junto e não acredita em nós;

6) Também seria uso negligente dos recursos estar num lugar para pregar, para evangelizar, para viver, e não ter a sensibilidade de abrir espaço para uma caminhada na praia, uma entrada num Castelo ou provar um prato diferente. Tudo isto é uma expressão da graça de Deus;

7) A propósito, o Evangelho da Graça, nas palavras do próprio Cristo, afirma que nesta vida receberíamos uma recompensa considerável, de 100 vezes mais, e sabemos que tais oportunidades é cumprimento destas palavras (Mc. 10:30). 

Cá entre nós. Aqueles que mais criticam e não entendem não são, justamente, os que não investem em missões? 

Então, quais os cuidados que os missionários precisam ter? 

1) Não submeter a agenda ministerial frente as oportunidades turísticas. Não é o turismo que deve ditar o ritmo do ministério. Dizer sim ou não com motivação turística seria fazer mal uso do servir;

2) Fazer o ministério como prioridade e aproveitar as oportunidades ao redor. A exemplo, em nosso último Retiro Sepal de Missionários Transculturais em Málaga, fizemos questão de entrar nas águas quentes do Mediterrâneo, que ligeiramente lembra o Brasil, e no retorno visitamos Huelva onde estão as caravelas que descobriram a América. Tocamos na História que já havíamos lido;

3) Não podemos postar todas as oportunidades porque nem todos compreendem. Não sou a favor de que devemos dar uma de "franciscanos", só na aparência. Acho que podemos partilhar sim, nem sempre e nem tudo.

4) Não podemos alimentar esta distorção de que os missionários nada podem;

5) Agradecer abertamente a graça de Deus manifesta através das ofertas que contemplam as oportunidades de Férias; especialmente, quando alguém vem nos visitar e oferece a bênção de turistarmos juntos. 

6) Promover e planejar oportunidades para a família como uma prioridade. Todas as famílias devem considerar o descanso em algum lugar diferente e a família missionária também;

7) Aproveitar as oportunidades baratas, e tantas oportunidades que nada se gasta para desfrutar como ir a praia tão perto de casa. Também os Museus e Castelos estão com entrada livre aos residentes aos domingos, então aproveitamos estas oportunidades.

Enfim, espero de todo coração que todas as famílias missionárias e missionários espalhados por este mundão de Deus, trabalhem duro e não percam as oportunidades de celebrar a vida de Deus em suas múltiplas formas.

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A Europa precisa de Missionários

Há áreas extremamente carentes e pobres na África e Ásia, no sertão do Brasil e entre os ribeirinhos, e ainda nos pampas sul-americanos. 

Temos amizade com missionárias nestas regiões e sabemos de seus desafios e quão importante é o trabalho que realizam. 

Então, por que pensar na Europa? 

Antes de pensarmos porque sim, vamos considerar porque alguns acham que não faz sentido. 

Por que há uma MENTALIDADE de que a Europa NÃO PRECISA de missionários? 

1) Alguns associam a POBREZA física com a pobreza espiritual e acham que não há tanta necessidade na Europa;

2) A Igreja não está preparada para que haja DIVERSIDADE de MINISTÉRIOS nos campos; 

3) Há gente que NÃO ACEITA que os missionários tenham direitos e boas OPORTUNIDADES na vida; 

4) A desinformação prega ser MAIS CARO enviar um missionário para a Europa que para a África, por não distinguir que o "barato" aplica-se somente aos nativos; 

5) Acham que a Europa JÁ ESTÁ evangelizada; 

6) Não imaginam que a alta PORCENTAGEM de cristãos aplica-se aos católicos nominais em sua maioria e não aos cristãos-evangélicos praticantes;

7) Acham FÁCIL ser missionário na Europa porque DESCONHECEM os seus desafios, a sua lida e as suas angústias;

8) Espera-se resultados numéricos semelhantes aos da realidade do Brasil ou da Africa, e não consideram as limitações de uma CULTURA PÓS-CRISTÃ na ideologia e COLD nos relacionamentos; e,

9) Alguns "missioristas", aproveitadores e mercenários que abusam dos recursos da Igreja e mancham gente séria.

Enfim, há muita gente mergulhada na pobreza na Europa, e muitas famílias que já se encontram na MISÉRIA. Se o Evangelho fosse apenas SOCIAL, teríamos muito trabalho a ser justificado. 

Uma outra importante razão é que há uma PORCENTAGEM ÍNFIMA de evangélicos e muitas igrejas moribundas.

A nossa realidade é Portugal e dizem os otimistas que chegamos a 2% da população. Há inúmeras Cidades sem a presença sequer de uma igreja, e muitas onde a presença evangélica nem sempre se trata de uma IGREJA RELEVANTE.

Ainda que não tivéssemos nenhuma destas necessidades, ainda assim precisaríamos ser motivados pela RAZÃO PRINCIPAL: "Ide, portanto, fazei discípulos de TODAS AS NAÇÕES..." (Mt. 28:19)

A propósito, a Europa é uma porta especial para alcançar qualquer nação do mundo. Todos os povos estão representados consideravelmente na Europa. 

Quando Jesus NOS DESAFIOU A ORAR: "Peçam, pois, ao Senhor da seara para que ENVIE TRABALHADORES para a sua seara" (Mt. 9:38), sabemos que a Europa já fazia parte de seus planos.

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