Ríamos das Rotundas. Achávamos tão desnecessárias. E, até um bocado incómodas. Hoje, porém, temos uma opinião diferente.
Aliás, estamos tão acostumados, que acabei de perguntar à Jamily, qual é o nome de "rotunda" no Brasil. Ela também não se lembrou. Depois de alguns segundos, veio-nos: "Ora, pois. Rotatória".
Elas são tão práticas. Normalmente, os motoristas obedecem às regras. O que, aliás, nos irrita um pouco. Como brasileiros, achamos que regras são para serem obedecidas quando há necessidade, e não "cegamente". Deixa estar. Esta é outra questão, por hora, seguimos na temática da "cultura geográfica do trânsito".
A cultura do trânsito não é mesma, não só por conta das Leis, das Sinalizações, mas há uma questão de "timing" de reação, e ainda bem presente, o mapa geográfico em si.
O mapa geográfico é o que mais trazia-me confusão. Meu mapa era simples. Estou cá, e desejo ir para o outro lado, então só faço o contorno, e chegarei lá.
"Fazer o contorno" cá em Portugal, só serve às rotundas, porque se saímos dela, a coisa muda drasticamente. Estou cá, e quero chegar do outro, então, entro ali, e acolá, contorno, retorno, encontro uma saída, e normalmente, estou perdido. Inúmeras vezes, irritei-me por aplicar o meu mapa geográfico cá.
Hoje, sou mais cauteloso, e até passei a admirar, estas entradas e saídas, e até algumas não saídas, de ruas sem saídas, porque há uma questão histórica de "dar a volta" ao inimigo. Ou simplesmente, embrenhar-se - só com a bússola - mar a dentro, com espírito de desbravar e descobrir.
Retornar, e desfazer o caminho? Não. Deixa como está. Até hoje conduzimos por ruas estreitas, por onde os reis trafegavam. Mudar para quê? Preservar a História seria outro tema bem interessante.
Enfim, visitem Portugal, mas não esperem a lógica do mapa geográfico e de trânsito, que temos no Brasil. Boa viagem, e boas rotundas.
Instagram: @vacilius.lima
Foto: Rotunda Marquês de Pombal
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