Sinta-se Em Casa

Entre. Puxe a cadeira. Estique as pernas. Tome um café, e vamos dialogar com a alma.



sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ovelha parte de sua lã precisa ser tosquiada

A denúncia dos pastores que roubam a lã das ovelhas e comem regaladamente de sua gordura é pertinente. Somos contra essa tipo de mercadejar o Evangelho.

Mas, hoje a minha fala é contra as ovelhas que comem a sua própria gordura e se vestem de sua própria lã. Aquelas ovelhas que não se permitem tosquiar nem oferecem do seu  "leite" como recompensa justa ao pastor.

É justo carros novos e lindas casas às custas do atraso da prebenda pastoral? É justo aos olhos de Deus que  aqueles que são alimentados espiritualmente não façam participantes de suas bênçãos materiais aqueles que deles cuidam? É justo pensar que gastamos prontamente com uma pizza (que é direito de quem trabalha), mas não temos coragem de defender o direito dos missionários?

O problema das ovelhas que não permitem ser tosquiadas vão se avolumando em si mesmas e acabam proporcionando maiores possibilidades aos carrapichos e carrapatos. Esses tiram da saúde da ovelha e dos benefícios que os pastores e missionários poderiam desfrutar.

Além dos carrapatos e carrapichos a visão das ovelhas também é muito prejudicada. Nem o pastor elas conseguem enxergar direito.
E aí ovelha? Você tem feito a sua parte em suas contribuições?

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Estatística Trágica sobre Pastores!


A princípio fiquei assustado com essa pesquisa feita nos EUA (Instituto Schaeffer): 
a) 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão,
b) 71% estão “esgotados”. 
c) 72% dos pastores dizem que só estudam a Bíblia quando precisam preparar sermões...
c) 80% acredita que o ministério pastoral afeta negativamente as suas famílias...
d) 70% dizem não ter um “amigo próximo”.
e) 80% dos estudantes de seminário (incluindo os recém-formados) irão abandonar o ministério dentro de cinco anos. 

Por que essa estatística trágica? Deveríamos mesmo nos assustar? Não é a colheita de algumas imprudências?

Por que lutam contra a depressão e muitos estão esgotados? Porque o ministério pastoral é solitário sim e alguns não sabem lidar com isso e desejam ser paparicados; porque algumas igrejas tratam os seus pastores como funcionários; porque eles são pressionados a mostrar resultado; porque existe um espírito de cobrança e crítica sobre eles e suas famílias; porque eles não podem se mostrar frágeis; porque normalmente não serão compreendidos se confessarem suas fraquezas.

Por que muitos pastores estudam a Bíblia só pra pregar? Honestamente eu não aprecio departamentalizar a nossa vida. Vida e ministério andam juntos. Se amamos ao Senhor e a sua Palavra vamos nos alimentar quando preparamos uma ministração e vamos querer pregar o que é o nosso alimento particular. Eu não gosto dessa separação grotesca, por outro lado, também crítico quando a coisa se torna mecânica e não tem estreita relação com a vida. O perigo é o profissionalismo engessado do ministério. 

Por que o ministério afeta negativamente a família? Não apenas porque a Igreja não sabe se comportar frente as suas cobranças, mas porque os próprios pastores costumam não saber se comportar bem. Muitos tem casa pastoral dentro do terreno da Igreja e não fazem uma separação, tornando a sua cozinha cozinha da Igreja. Muitos não colocam um cadeado no portão para ter privacidade familiar. Alguns pastores não olham para a sua casa como prioridade. Não se preocupam com a casa em si, não consideram as aspirações emotivas da esposa, não dedicam tempo aos filhos. 

E porque muitos não permanecem no ministério? Ora porque a Igreja não oferece as devidas condições, ora porque eles buscam um padrão acima da simplicidade e acham que ministério, obrigatoriamente, precisa oferecer um bom "pé-de-meia". 

Quem tem culpa? Tanto a Igreja como os próprios pastores. Que cada um faça melhor a sua própria parte, e valorizem juntos o ministério, a família e o próprio pastor enquanto ser humano.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Impunidade gera criminalidade

O Brasil acabou de ganhar mais um título: cresceu no ranking entre os países mais violentos e perigosos com taxa de homicídio elevada para 5.733 mortes num ano apenas. Matou-se mais que o dobro no Brasil em 2012 que em 1 ano de Guerra entre a Rússia e Chechênia. Estamos juntos com alguns países subdesenvolvidos da África com a Zâmbia, a Colômbia e a Venezuela. 

Sabe o que afirmou o Jornal Nacional do dia 27 de Maio? Que a maior causa é a impunidade. Impunidade gera criminalidade, disciplina gera temor.

A impunidade começa com a indisciplina de crianças mimadas que não podem ouvir um não. As Leis hoje protegem o menor infrator. Ele pode matar, mas em nome de seus direitos não pode ser chamado de assassino. As autoridades policiais são desestimuladas a aplicar a disciplina. Aqueles que governam não precisam do mínimo investimento que recebe a Segurança Pública. Seus carros blindados faz com que olhem como algo não muito importante a segurança do povo.

E na Igreja de Jesus? Dá pra cuidar de perto das pessoas nessa rotatividade de hoje? Igrejas mais se parecem com Rodoviárias - onde as pessoas apenas passam. Talvez a melhor comparação fosse uma Casa de Shows onde se diverte, ou simplesmente uma Loja de Fast Food onde se entra pra consumir rapidinho o que se quer, e nada mais.

Russell Shedd diz que o que diferencia a Igreja de um Clube é a disciplina. O que temos feito com as nossas crianças? Não é em casa que a Igreja começa? O que temos ensinado e requerido dos nossos jovens? Como temos encarado como encaram o casamento?

A Igreja precisa reassumir a sua posição de sal e luz do mundo sim. E como a sua Liderança se comporta frente ao pecado é determinante nesse processo:

“por causa das ternas misericórdias de nosso Deus, pelas quais do alto nos visitará o sol nascente, para brilhar sobre aqueles que estão vivendo em trevas e na sombra da morte, e guiar nossos pés no caminho da paz.” (Lc. 1.78-79)

terça-feira, 27 de maio de 2014

Professores inspirados pela História da Igreja

Os professores que aprendem a partir da história, haverá de projectar melhor o seu futuro. E a História da Igreja pode ajudar:

A Plenitude dos Tempos deixa a primeira dica: o grego Koiné foi utilizado para a escrita do Novo Testamento - no vernáculo do povo. Professores precisam se comunicar, e isso a partir de uma linguagem que aproxima e que seja inteligível.
 
E na Patrística? Polemistas e Apologistas cuja base era a Bíblia. Aqueles usavam o Novo Testamento dentro da Igreja e esses o Antigo frente aos governantes. O perfil comum é que tinham a Bíblia com base para a defesa de suas convicções.

Os professores que conhecem o Deus de toda a verdade, sabem que todo conhecimento e verdade não são contraditórios com a espiritualidade.

O Período dos Concílios podem nos ensinar a respeito de dedicação e renúncia. Alguns deles chegaram a durar meses e anos. 

Professores não podem medir esforços, precisam se privar a fim de que se dediquem plenamente.

Mesmo com a Idade das Trevas podemos aprender de como não fazer. A alienação a Igreja em nome de Deus coibiu todo questionamento e com as descobertas. 

Professores não podem inibir, precisam provocar, estimular, abrir possibilidades.

Os Protestantes da Reforma nos ensinam sobre o apego às Escrituras numa postura de denúncia de tudo o que contra ela se levanta. 

Professores precisam ter a Bíblia como a maior referência da Verdade.

Os Puritanos são exemplo de homens de Deus que se comprometeram não apenas com a Teologia, mas com as outras ciências também. Eles sabiam que todo conhecimento verdadeiro e útil vem de Deus. Deles vieram a Harvard. 

Professores precisam considerar e valorizar todos os conhecimentos como uma expressão da Verdade maior.
 
E o Cristianismo na América Latina? Os primeiros líderes Kalley (médico) e Simonton  (professor) tinham uma visão integral. A primeira Escola Bíblica do Brasil foi feita com as crianças em 1850. 

Professores precisam olhar de maneira transversal os conhecimentos e aplicá-los de maneira a servirem de maneira prática.
 
E hoje? Como estamos escrevendo Atos 29? Qual a herança que você vai deixar? Será que temos sido relevantes e pertinentes onde estamos? Que falta faríamos aos outros, se parássemos hoje? 
 
Vamos honrar a beleza e as implicações de nossa História em nossa jornada como professores.

Dois coelhos numa caminhada só

Todos os dias de manhã estou experimentando a bênção de caminhar orando. "Dois coelhos" numa caminhada só.

Ao caminhar cuido do meu corpo que é templo do Espírito Santo e que pode me possibilitar um prolongamento útil de vida ministerial com qualidade.

Ao caminhar orando estou cuidando do Corpo de Cristo, a sua Igreja, que possibilita saúde para outros irmãos e colegas de ministério espalhados na caminhada pelo mundo.

E você? Tem cuidado o seu corpo? Quanto dorme? Como é a sua alimentação? Depois vai ficar dando trabalho para os outros.

E do Corpo de Cristo? Tem ajudado a cuidar ou está dando trabalho aos que cuidam? 

Não se esqueça que vida saudável é cuidando do corpo e do Corpo.

A formação do coração do casal

Um é o coração da esposa, um é o coração do marido. Ambos, cada um mesmo, precisam estar imbuídos conscientemente do processo de aprendizagem e formação do coração do casal, que é um outro coração.

O coração do marido precisa se manter vivo bem como da esposa, cada qual na sua individualidade. Respeito à individualidade do coração do outro precisa existir. Quais os sonhos pessoais, da individualidade, do outro?

Individualidade sim, individualismo não. Individualismo mata o processo de formação do coração do casamento.

O casamento, o lar, precisa de um só coração - o coração do casal. 

Renúncia, espera, compreensão precisam existir o tempo todo, e se manifestam em questões muito básicas:

Os dois precisam ganhar juntos e gastar juntos. Os sonhos pessoais precisam ser postos na mesa e os dois precisam optar por aquele, ou um outro, que será melhor para a família. Não pode haver um investimento diferente do sonho comum - e aí os gastos precisam corresponder ao coração do casal.

E na área sexual e de disciplina de filhos? São duas outras questões tão delicadas quanto a financeira. Normalmente se pensa diferente a partir do seu próprio contexto, formação e visão de mundo. E na prática é comum o desconforto, a discordância, a chateação e o egoísmo.

Em primeiro lugar: diálogo. Muita conversa. Questionamento mútuo das motivações, dos porquês, daquilo que agrada e é confortável, daquilo que é difícil e até traumático, ou quem sabe inconcebível. Aí precisa entrar o amor manifesto em renúncia.

Discussão não resolve. Acusação e incompreensão pioram ainda mais. Uma boa saída frente as dúvidas e discordâncias é a oração. Oração não só pessoal, mas oração honesta, juntos. 

A leitura de bons livros na área de casamento, e leitura juntos, pode ajudar muito, bem como a busca de bons conselheiros, maduros e que vivam bem.

Bom trabalho pra você que está comprometido na busca do coração do casal, ou como disse um amigo: "Procure um transplante da parte do Senhor!"

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ei pastor! Estamos na "unção de João"?

Estar na unção de João Batista é assumir as implicações de nosso próprio chamado, mas  o ministério de João nos dá algumas diretrizes: 

Somos motivo de orgulho realmente? "Ele será motivo de prazer e de alegria para você..." (Lc. 1.14a)


Somos grandes aos olhos do Senhor? Os homens se enganam, mas Deus nos conhece profundamente: "pois será grande aos olhos dos Senhor..." (Lc. 1.15a)

Somos comprometidos a ponto de auto-renúncia, inclusive de coisas que não são pecaminosas, mas podem manchar a nossa reputação? "...nunca tomará vinho nem bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo." (Lc. 1.15b)

Temos sido instrumentos para que vidas retornem aos pés do Sennhor? "Fará retornar muitos dentre o povo de Israel ao Senhor, o seu Deus." (Lc. 1.16)

A nossa presença é a ante-sala da presença do Senhor? A nossa presença traz a Presença que transforma famílias? A nossa presença traz a Presença que transforma e prepara um povo para o Senhor? "E irá adiante do Senhor,  no espírito e no poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais aos filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos, para deixar um povo preparado para o Senhor." (Lc. 1.17)

E então? Quanto o seu ministério se parece com o de João?

A Lei da Palmada e a Vara da Disciplina

O Projeto de Lei 7672/2010 ("Menino Bernardo" apelidada por "Lei da Palmada") aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado propõe penalidades e multas contra os castigos físicos ou degradantes na disciplina das crianças e adolescentes.

A Bíblia por sua vez ensina: "Quem se nega a castigar o seu filho não o ama, quem o ama não hesita em discipliná-lo." (Pr. 13.24) "A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela." (Pr. 22.15) "Não evite castigar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá." (Pr. 23.13) "A vara dá correção dá sabedoria, mas criança entre a si mesma envergonha sua mãe." (Pr. 29.15)

 A intenção da Lei é boa e acho que até necessária em muitos casos, pois sabemos haver abusos diversos contras as crianças e os adolescentes. No entanto, precisamos questionar algumas situações:

1. Lei Menino Bernardo? Que coisa mais descabida se levantar contra a disciplina sob a bandeira de um assassinato. 

2. Onde os Deputados da bancada chamada evangélica já que a aprovação foi unânime? Onde a bandeira das Escrituras? Onde fica Provérbios? Onde a representatividade do povo que se diz pautado e guiado pela Bíblia,  confessionalmente reconhecida com regra de fé e prática?

2. Onde a literalidade dos textos de Provérbios que ganham dimensões de aplicabilidade em múltiplas formas de disciplina, que vai desde a vara até a exclusão de certos privilégios?

3. Quem vai determinar o que a lei afirma ser físico e cruel?

4. Temos um passo a mais na "defesa criminosa" de crianças e adolescentes que estão se preparando para serem surradas pela vida e pela própria Polícia mais tarde?

5. Quem disse que a perseguição sobre aqueles que confessam o nome de Jesus não existe? Está aqui e agora sobre um povo que confessa as Escrituras, pois todo movimento e Lei que se levanta contra a Bíblia precisa ser discernida como perseguição sobre a Igreja.

E então? O que vamos fazer? Obedecer as Escrituras e fazê-lo com sabedoria.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Cuidado com a incredulidade

O que causa tanta incredulidade? A incredulidade é perigosa porque não permite avançar.

O Evangelho de Marcos traz algumas razões para a incredulidade: 

A tristeza, a desilusão, pode causar a incredulidade (Mc. 16.9-11).

A alienação em seu gueto ou realidade pode causar incredulidade (Mc. 16.12-13). O que vem de fora, prontamente nos rejeitamos.

A falta de confiança pode causar a incredulidade (Mc. 16.14). A linha aqui é tênue. A falta de confiança a princípio pode ser uma fraqueza pessoal, um momento de dúvida, mas a incredulidade assume as dimensões da convicção.

Você tem se tornado incrédulo em relação às pessoas? E diante do que Deus pode fazer em sua vida?

O problema é que assim com a fé está para as portas abertas, a incredulidade está para a mesmice.

Cuide do seu coração porque dele procedem as saídas da vida (Pr. 4.23).

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Alguns perigos na teologia da missão integral?

Simplesmente adjetivar a missão da Igreja já seria contraditório? Não há missão legítima conforme o Evangelho que não seja integral. Por outro lado, há questões mais delicadas:

O frequente uso dos termos que referendam o marxismo como alienação no lugar de queda, a substituição de redenção por revolução, e de esperança por utopia. 

Outra crítica comum é a necessidade de colocar acessório ao Evangelho, ou seja, o Evangelho só é o poder de Deus se a Igreja fizer isso ou aquilo. Isso é reducionismo.

Há também a deficiência de se olhar apenas para o pobre. Esse recorte demonstra que alguns teólogos da missão integral beberam mais na Teologia da Libertação - que seria mais uma "sociologia teologizada" - que no Pacto de Laussane. 

A Teologia da Libertação tem sua base nas comunidades eclesiais de base da Igreja Católica onde o pobre é o alvo, mas o Pacto de Laussane propõe um diálogo com todas as ciências. O Pacto de Laussane é a defesa de Francis Schaeffer do Evangelho no diálogo inclusive com as Artes, e está embasado em Billy Graham que tinha o Evangelho com suficiente.

Enfim, a Teologia da Missão Integral é uma realidade no Evangelho, no entanto, precisamos cuidar com as suas re-leituras.

Obs.: escrevi baseado na entrevista de Augustus Nicodemos com Jonas Madureira e Filipe Costa Fontes no Centro de Pós-Graduação Mackenzie.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Geração Nem, Nem

Hoje li uma revista empresarial - na sala de espera de uma Empresa, obviamente - sobre a Geração Nem Nem.

Essa Geração compreende os jovens entre 15 e 29 anos. Eles NEM estudam NEM trabalham e se tornam analfabetos funcionais e não conhecem sobre o básico sobre aritmética.

Eles são presas fáceis da marginalidade. Estão desqualificados para o mercado de trabalho. Não produzem, mas usufruem dos impostos, nos atendimentos médicos por exemplo. E mais tarde ainda irão prejudicar a Seguridade Nacional porque não se prepararam para a aposentadoria.

Outro agravante é que boa parte das garotas e mulheres dessa geração se afastam da escola ou do trabalho por causa da gravidez.

O que a Bíblia tem a dizer sobre essa geração?

"Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio." (Pr. 6.6)

O que a Bíblia diz para as mães que os protegem?

"...a criança entregue a si mesmo envergonha a sua mãe." (Pr. 29.15)

Alguns não se consideram assim porque "estudam", quando na verdade apenas vão a escola. Ou simplesmente estudam a noite e passam o dia dormindo, na internet, nos games etc. 

Aqueles que confessam o nome do Senhor não podem fazer parte da Geração Nem Nem. 

Você é cheio de espinhos?

Você é irritadiço? Você está armado o tempo todo? Seus filhos, seu cônjuge, seus próximos, ficam ressabiados quando pensam que precisam encarar você? Você é daquele tipo que uma situação inesperada por fazê-lo explodir? Você grita com facilidade? Suas respostas, quando você menos espera, podem ser coices?

A Bíblia diz que o homem de Deus, aquele que foi colocado como modelo, não pode ser irritadiço (ideia de "cheio de espinhos") - antes pacífico e amável (1 Tm. 3.3). Ele e todos que devem imitá-lo.

Talvez seja essa a sua fraqueza e dificuldade. E como você se comporta? Já parou de lutar? Acha que a sua natureza, a sua maneira de ser, é assim mesmo e assim será?

Ouça agora quem tem a mesma dificuldade. Ouça agora quem não desiste de buscar ser melhor, e a transformação nessa área. Ouça agora quem já avançou muito pela graça de Deus, mas ainda falha. Ouça-me:

"Não se acomode. Não admita ser assim. Vigie. Preste atenção quando perceber que está mais sensível. Confesse quando percar. Confesse não apenas ao Senhor. Confesse ao seu cônjuge, aos seus filhos, a quem ficou chateado com você. Peça ajuda aos seus. Ao perceber alguma alteração no humor, dobre seus joelhos. Faça isso por você e por mim. Juntos. Sem máscaras, vamos testemunhar a graça que nos melhora e nos transforma".

A agonia que vale a pena

"...Esforcem-se para entrar pela porta estreita..." (Lc. 13.14)


terça-feira, 20 de maio de 2014

Ei ovelha! Você entende a função pastoral?

As ovelhas produziam lã para as vestes e gordura para a alimentação. Elas próprias poderiam ser usadas para o pagamento de tributos. Mas, o papel do pastor era cuidar delas, protegê-las. 

Comer da gordura das ovelhas e se vestir da sua lã estava relacionado ao princípio do sustento e não do lucro, da sobrevivência e não do enriquecimento do pastor, da provisão e não do mercadejar, pois "O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita". (2 Tm. 2.6) A sustento é o fruto, não o alvo.

O que faz parte do cuidado pastoral? Essas coisas que o Sumo-pastor pontua negativamente: "...um pastor que não se preocupará com as ovelhas perdidas, nem procurará a que está solta, nem curará as machucadas, nem alimentará as sadias, mas comerá a carne das ovelhas mais gordas, arrancando as suas patas. Ai do pastor imprestável, que abandona o rebanho!..." (Zc. 11.16-17)

Como poderíamos aplicar essa realidade às ovelhas da Igreja hoje?

"...se preocupará com as ovelhas perdidas..." - evangelização? Se a perspectiva for as ovelhas que fazem parte do rebanho, mas ainda não foram encontradas, sim. Mas, também podemos entender aquelas que se perderam na caminhada, e aqui podem entrar as visitas, comunicação eletrônica, telefonema, enfim, contato com aquelas que  se afastaram.

"...procurará a que está solta..." - cajado que acolhe? Seria aquela ovelha independente? Aquela que está e não está? Ela precisa ser admoestada, precisa ser trazida para mais perto. Caberia aqui um desafio mais específico.

"...curará as machucadas..." - aconselhamento. Uma sala adequada ao ato de ouvir ajuda muito.

"...alimentará as sadias...." - discipulado. Tempo de Bíblia aberta. Ensino forte.

Veja que o labor pastoral é múltiplo. Não podemos criticar um pastor dentro de uma visão limitada de quem não visita alguém a tanto tempo, de quem não abriu o gabinete pastoral em determinado horário, de quem passa mais tempo com alguns "privilegiados", e de quem ainda não pregou sobre aquela questão.

Curiosamente nenhum dessas ações são públicas necessariamente. Elas acontecem todos os dias e ninguém as vê, talvez por isso, os pastores são julgados pelo Senhor (1 Co. 4.4-5, 1 Pe. 5.4). O trabalho do pastor é solitário; não da ibope.

Ao mesmo tempo todas essas ações acontecem quando a Palavra é ministrada publicamente. Então os pastores não precisam desses esforços nos bastidores? Sim. Por outro lado, quando uma Palavra é bem preparada ela é capaz de cumprir bem os deveres pastorais. Sendo assim, o pastor precisa assumir o ensino público - ainda que tenha colaboradores.

Essa Palavra não é para os pastores porque pressuponho que já estamos engajados nessa consciência, mas seria um pedido de oração e compreensão do papel pastoral a todas as ovelhas.

 

Nas asas da insatisfação e da esperança

Acabei de me encontrar fênix - a sensação é de estar saindo das cinzas, num bater de asas angustiante. Não como quem já voa livremente, não como quem já ganhou os céus, mas como quem retomou e está ruflando - num esforço de retomada.

Comecei a me questionar: "Onde estou hoje? Onde poderia e deveria ter chegado? Quanto estou distante de condições ideais para voar mais longe".

Levei essas coisas pra cama. Pensei naqueles que - exemplarmente - estão voando mais longe e mais alto que eu. Tive um sentimento de respeito por eles, de referência.

Esse ruflar me despertou mais cedo. Ainda antes do dia clarear. Tive um tempo de reflexão. E então vi que não mais deveria sentir apenas insatisfação, mas gratidão. Não só gratidão, mas desafio. Não só desafio, mas esperança.

Começar um novo dia consciente de onde você está e de onde você precisar chegar, com o coração cheio de esperança, com a alma convicta das lutas, é como o pássaro que rufla desesperadamente para se manter no ar e se prepara para voar.

Não foi assim que Jesus olhou para Pedro, Tiago e João? Num primeiro momento eles não conseguiam passar uma vigília, depois "...todos o abandonaram e fugiram." (Mc. 14.50). E o que aconteceu mais tarde? Eles se tornaram os grandes líderes da Igreja.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ei pastor, você precisa ensinar isso também...

O que um pastor deve ensinar? Todos os desígnios de Deus. 

Nada pode ser deixado de lado: "Vocês sabem que não deixei de pregar-lhes nada que fosse proveitoso, mas ensinei-lhes tudo publicamente e de casa em casa." (At. 20.20)

Faz parte do que é proveitoso ensinar que o povo precisa cuidar bem de seus líderes. 

Cuidar implica honra tanto de reconhecimento moral quanto gratificação financeira (1 Tm. 5.17-18)

A Igreja do primeiro século foi orientada a tornar o ministrante participante das bênçãos materiais daqueles que recebiam a instrução (Gl. 6.6). 

Essa mensagem faz parte do que eu deveria ter ensinado mais vezes. Estou há muitos anos numa mesma Igreja e dificilmente vejo ações à luz dessa verdade. Por quê? Talvez porque pouco tenha falado a respeito. Pouco falei a respeito porque soava-me advogar em causa própria, o que me provocaria um constrangimento. Boa desculpa, mas não justifica o dever de ensinar mais destacadamente essa verdade também.

Essa mensagem na boca de um mercenário é um "prato cheio de cobiça", mas na boca de um pastor que deseja o próprio bem de suas ovelhas, mais do que o próprio bem, fará parte dos "pastos verdejantes".

Outra coisa que gostaria ter desafiado é uma prática maior de comunicação entre ovelha e pastor. "Alguém está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja..." (Tg. 5.14). Alguém ficará fora por algum tempo? Uma viagem, um desafio profissional, uma circunstância... comunique. Afinal essa prática faz parte dos princípios de consideração, respeito e obediência aos pastores (Hb. 13.7, 17).

Se tivesse ensinado enfaticamente essas coisas, o povo que pastoreio seria melhor do já é. E bênçãos seriam multiplicadas a eles, a mim e aos líderes que nos servem.

Então, "colega de aprisco" não deixe de ensinar essas coisas com a motivação pura diante do Senhor e não como quem corre atrás de seu próprio orgulho.

Instagram: @vacilius.lima

domingo, 18 de maio de 2014

Deus confia a nós!

Deus confia a nós? Não seria: "Deus confia em nós"? Deus sabe quem somos e não tem porque confiar em nós como requer que confiemos nEle. Ele não falha, mas nós sim. 

Mais que confiar em nós, Ele confia a nós inumeráveis bênçãos, e então espera que cuidemos bem delas, porque sabe do que podemos fazer.

Lá em Marcos 12.1-12 o Senhor conta a Parábola da vinha (Israel) para abordar sobre a incredulidade dos judeus na rejeição dos profetas e do Filho Jesus. Rejeição que foi punida. A oportunidade de Israel foi repassada, repartida, redirecionada.

Não é assim comigo e com você também? O Senhor nos dá bens, oportunidades, vantagens etc. E se não aproveitamos bem e não administramos bem seremos responsabilizados. Além de responsabilizados podemos sofrer a perca da oportunidade e vê-la nas mãos dos outros apenas. 

O que Deus a nós confia e precisamos cuidar? A saúde, o dinheiro, o tempo, o acesso a tecnologia, a Bíblia, os filhos, o cônjuge, a Igreja...

Veja que algumas dessas bênçãos estarão sempre disponíveis até que a morte nos separe delas. Então vida abundante, vida que vale a pena, é aquela que cuida bem dos privilégios da vida.

Dizer "amo você" é privilégio, contribuir é privilégio, abraçar é privilégio, socorrer é privilégio, falar do amor de Deus é privilégio, cultivar a esperança em oração é privilégio. O que está esperando para ter uma vida plena?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Raquel era pastora. E...?

Podemos aprender muitas coisas práticas em Gênesis 29.1-14: 

Raquel não era única com responsabilidade pastoral. Havia um grupo de pastores (29.3-4). A ideia de Colegiado hoje, é interessante. 

As ovelhas não eram de Raquel. O rebanho pertencia ao seu pai Labão (29.9). Aí está um princípio joia. As ovelhas que pastoreamos não são nossas; são do Pai.

Raquel e os pastores levaram as ovelhas para beber água e guardá-las (29.7-8). Eles conheciam as necessidades das ovelhas. Também nós, pastores  eclesiásticos, precisamos buscar o melhor pra ovelhas de Jesus.

Esses princípios são válidos para o pastorado hoje, mas o organograma não. O modelo ensina como fazer, mas o organograma define quem vai fazer. Raquel cuidava de ovelhas-bichos-animais. 

Não havia uma definição doutrinária acerca de Teologia Pastoral nesse contexto. Cuidar de animais é uma coisa, cuidar de Igreja é outra. Aliás, a grande problemática não está no facto das mulheres pastorearem. 

Quem não faz distinção entre governo e dom, posição e ministério, mistura as coisas.

O problema não é necessariamente o termo "pastora", mas o que se entende culturalmente quando se ouve "pastora". Se trouxer a ideia de que ela está acima dos homens-casados e também de outros líderes, contamina a Teologia Pastoral e fere os princípios pra família. Talvez por isso Paulo fala ser vergonhoso a mulher falar na Igreja. É vergonhoso no sentido de fazer calar o marido e assumir à frente.


O pastorado de gente pode ter sim o cuidado pastoral das mulheres, mas não permite "autoridade de homem". Esse termo parece machista, mas não deve ser considerado assim porque Paulo o usa numa carta pastoral para ensinar que, na Igreja, o governo está sobre os ombros dos homens (1 Tm. 2.12) numa perspectiva de "hierarquia funcional" e não de superioridade opressora ou rival.

A questão não é diminuir a mulher, mas sim protegê-la de se expôr a uma responsabilidade extremamente pesada.

Minha esposa pastoreia comigo, mas não usufrui desse título porque, culturalmente, traz em si implicações de autoridade sobre o rebanho. Por outro lado, já presenciei um modelo bem bíblico mesmo sendo alguém chamada de pastora: era um Colegiado e dentre os pastores estava a pastora responsável pelo ministério infantil. Algo bem delineado. Achei interessante.

Repito: a problemática é não fazer distinção entre o governo e dom, entre a posição de autoridade e liderança e o ministério de cuidar de corações. 

Terceiro céu: quem já esteve lá?

O terceiro céu  é o que a gente não vê. Ele fica acima da atmosfera (primeiro céu) e além, bem acima do espaço sideral (segundo céu).

Alguns entendem que as "regiões celestiais" onde acontecem os conflitos espirituais entre anjos e demônios está entre o terceiro e o segundo céus (Ef. 6.12).

O terceiro céu é o lugar da presença absoluta de Deus. É o lugar onde a sua glória está em plenitude. Lugar do seu trono.

Apenas alguns homens tiveram acesso ao terceiro céu. Estevão ante-viu  o terceiro céu por ocasião de seu apedrejamento. Ele contemplou a glória de Deus, Jesus à direita de Deus (At. 7.54-60).

Paulo também esteja lá através de uma visão ou será um arrebatamento ao paraíso? As duas coisas (2 Co. 12.1-6).

Outro que teve visões do terceiro céu foi João lá na ilha de Patmos (Apocalipse).

E hoje poderia acontecer? Se puder acontecer, com quem acontece, deveria assumir a mesma postura de Paulo: nada falar porque se trata de coisas indizíveis e que ao homem não é lícito contar, pois um dos perigos é o orgulho (2 Co. 12.4). 

Desconfie de testemunhos supostamente vivenciados lá no terceiro céu, e valoriza o que já está revelado, pois o que já está revelado é para nós (Dt. 29.29).

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Saia dessa "preguiça existencial"


Vidas vazias, inutilizadas, sem razão convincente de existência. Vidas ocas, murchas, amarelas. 

Quantos mais adjetivos deveríamos usar para qualificar a inércia, a "preguiça existencial", a falta de significado, e prazer em tornar a vida útil?

Não poucos minutos. Não uma "olhadinha". Mas, horas. Muitas horas online e offline na vida. Muito sono porque se dorme tarde e indisposição pra levantar, e fazer o que precisa ser feito.

O que está acontecendo com essa geração pálida? Sem cor porque não pega sol. Sem cor porque não cora mais de vergonha. Vergonha de ser insignificante.

Não dá pra continuar assim. Você precisa sair daí. Você precisa se levantar. Olhe ao redor. Veja que tem gente morrendo, e você também. 

A vida está passando e essa "preguiça existencial" precisa passar logo, antes que seja tarde demais. E mais tarde você se arrependa de não ter vivido.

Ore já: "Apressa-te a ajudar-me, Senhor, meu Salvador!" (Sl. 38.22)

Nefhilim: gigantes e heróis

"Nefhilim" é uma palavra hebraica cujo significado original é "caídos" e não "gigantes" como se divulgou a partir de uma tradução rabínica 250 a. C. (Septuaginta: tradução grega das Escrituras hebraicas). Esses "nefhilim" não eram semelhantes aos gigantes filhos de Anaque (Nm. 13.33).

"Filhos de Deus" comumente é uma referência aos "anjos de Deus" no Antigo Testamento bem como "estrelas". "Onde você estava quando lancei os alicerces da terra?...enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam e todos os filhos de Deus se regozijavam?" (Jó 38.5, 8)

O que houve então em Gênesis 6.4? Houve uma anomalia que Deus não tolerou e resolveu por um fim; e então o dilúvio.

Por que uma anomalia? Porque os "filhos de Deus" tiveram relações com as "filhas dos homens" e daí surgiram esses "heróis do passado".

Alguns vão defender que "os filhos de Deus" se tratava da linhagem piedosa de Sete. Mas, uma linhagem piedosa ao se misturar a uma linhagem comum enfraqueceria e não geraria homens evoluídos.

Qual a dificuldade em aceitar que foram anjos caídos? Os anjos caídos são capazes de se relacionar em vários sentidos: "E, quanto aos anjos que não conservaram suas posições de autoridade mas abandonaram sua própria morada, ele os tem guardado em trevas, presos com correntes eternas para o juízo do grande Dia. De modo semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades em redor se entregaram à imoralidade e as relações sexuais antinaturais. Estando sob o castigo do fogo eterno, elas servem de exemplo." (Jd. 6-7)

E hoje poderia acontecer? Não mais porque Deus exterminou aquela raça evoluída no dilúvio, e o que houve depois foram os gigantes naturais (aqueles filhos de Enaque), bem como hoje pode haver "homens evoluídos".

(Obs.: dentre todas as dificuldades que se apresentam, a que mais me incomoda é: "Por que esses anjos caídos podiam ter relações e gerar filhos antes do dilúvio, e hoje eles até podem se relacionar através de um corpo - como acontece em caso de possessão - sem, porém, gerar filhos?")

terça-feira, 13 de maio de 2014

Saiu um peso enorme!

Parecia uma coisa simples demais: uma conta bancária inativa, resultado de uma época em que os meus olhos enxergavam algumas ilusões transitórias.

Essa conta me deu trabalho porque avisei que iria encerrá-la, e quem me orientou, na verdade, não me orientou, e na minha ingenuidade nada assinei. Tive que recorrer a Ouvidoria e iniciar um processo para não pagar muitas taxas, de anos. Ganhei, e para o banco tentar me ganhar ofereceu a continuidade da minha conta assim que eu quisesse. O cartão chegou, e eu não quis mais.

Ele me parecia um fantasma. Sabe aquela coisa que parece não atrapalhar, mas quando você a elimina sai um peso? Foi assim agora pouco. Tarde em que o peso daquela quimera não mais me assombrará; está assinado. Ele saiu e eu me senti aliviado, muito aliviado.

Qual é o peso que você tem carregado? Pode parecer nada, mas é fantasmagórico e altamente perturbador. Você precisa se livrar de todo peso, de qualquer peso que prejudique ou simplesmente ameace a sua caminhada.

"...livremo-nos de todo peso... e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé..." (Hb. 12.1-2)

Seja livre! Larga-mão desse peso! Olhe para quem você precisa olhar, e caminhe.

Como tratar com o choro da criança?

As mães costumam ser especialistas em discernir a causa do choro infantil. Quando é pirraça, susto, expressão de dor, alegria, extrema timidez, chateação, estratégia para mudar o jogo etc.

O choro não é negativo. Ele pode ser um pedido de socorro. Também pode ser a oportunidade de liberação de tensões escondidas, que amarguram.

Não é fácil perceber quando merece colo, afago, cafuné. Há momentos em que precisa ser ignorado. Em outros precisam ser controlados. E algumas vezes atendidos.

O que não pode acontecer é atender os desejos de uma criança só porque ela chorou. Se já disse não, terá que mantê-lo. Num outro momento poderá atender ao pedido.

Qual o problema em atender a partir do "choro pedinte"?

A criança crescerá na ilusão de que basta chorar e tudo será resolvido. Algumas vezes, na vida toda pode funcionar, mas normalmente não. 

Essa criança quando se tornar adulta e automaticamente se utilizar desse recurso, certamente se frustrará porque descobrirá que seu marido, patrão e professor não são seu papai, mamãe, titia, nem vovó - e eles estão longe naquele momento.

E descobrirá também ser enganoso o ditado: "Quem não chora, não mama", pois muitos são os que choram e não mamam. 

Só há esperança para quem aprendeu a chorar dentro dos caminhos da justiça, pois esses - somente esses - serão consolados (Mt. 5.4).

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Trindade: como entendê-la?

O termo Trindade não aparece na Bíblia. O primeiro a usá-lo foi Tertuliano (séc. II), e no século seguinte Atanásio de Alexandria desenvolve a ideia em seu Credo. Mais tarde Constantino a impõe como crença. Talvez por isso tanta polêmica.

A Trindade não é para ser imposta. Nem compreendida? Compreendê-la é a motivação daqueles que estudam Teologia, mas a Trindade não existe para elucubração filosófica, e sim para relacionamento.

Quando o espírito é de relacionamento vamos aprender sobre harmonia, respeito mútuo, autoridade funcional, submissão alegre, serviço conjunto... E assim vamos assimilando valores e virtudes que nela vemos.

Mas, para melhor desfrutarmos da Trindade seria interessante considerar:

O nome de Deus aparece no plural: "No princípio Deus criou os céus e a terra." (Gn. 1.1) - Deus aqui é "Elohim", o nome de Deus no plural. Aparece na Criação: "Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." (Gn. 1.26) Veja a Torre de Babel: "Venham, desçamos e confundamos a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros". (Gn. 11.7)

Jesus, o Filho, é apresentado como o próprio Deus: "Sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento, para que conheçamos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." (1 Jo. 5.20) Que tal verificar ainda sobre o Verbo que estava com Deus e era o próprio, e que se tornou carne? (Jo. 1.1-2, 14)

O Espírito, não uma força ou energia apenas, ele é o próprio Deus: "...Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, ao ponto de mentir ao Espírito Santo... Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus". (At. 5.3-4) 

A Trindade aparece no batismo: "Portanto, façam discípulos de todas as nações batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". (Mt. 28.19)


A Trindade é como as moléculas da água, H20, é essencialmente a mesma, mas se manifesta em estado sólido, líquido e gasoso. Deus também é essencialmente Deus, mas se manifesta como Pai, Filho e Espírito Santo.

Está tudo esclarecido? Espero que não.

Se ficou tudo muito claro e confortável poderíamos ficar preocupados, pois como afirmou Agostinho de Hipona: “se o entendes, então não é Deus... tente entendê-la e perderá a cabeça. Tente negá-la e perderá sua alma”.

Foi o espírito de Samuel ou um espírito maligno?

Há questões na Bíblia que os homens fazem delas polêmicas desnecessárias, mesmo sendo tão claras. Não é esse o caso. O espírito que Saul consultou foi do profeta Samuel mesmo, ou foi um espírito maligno? 

As duas tendências de interpretação busca argumentos no texto e no contexto, e se colocam de maneira razoável. No entanto, gostaria de me posicionar: o espírito que apareceu a Saul foi um espírito maligno; não foi o espírito do profeta Samuel. Eu penso assim porque:

Saul foi motivado pelo medo (1 Sm. 28.5). Ele ficou apavorado. Essa condição emocional é contraditória com a fé e o amor, pois o perfeito amor lança fora o medo (1 Jo. 4.8), e a fé não dá lugar ao medo, a dúvida, que é pecado (Rm. 14.23).

Saul busca ao Senhor e não persevera. Ele decide consultar uma necromante porque foi egoísta e queria uma resposta pessoal a qualquer custo (1 Sm. 28.6-7). Aqui Saul fere princípios básicos a favor da mediunidade e necromancia, coisas abomináveis ao Senhor (Dt. 18.11).

Saul está mergulhado numa vida indigna. Agora a sua atitude é a falta de transparência. Ele se disfarça e nesse contexto de ilusão e engano ele reconhece que a mulher tinha poder sobre os espíritos. E ela mesmo se reconhece acima dos espíritos dos mortos (1 Sm. 28.8-11). Seria possível então ao homem natural, mortal e pecador dominar entre os espíritos já mortos? Ela então teve poder de fazer subir o espírito de Samuel e o faria se fosse qualquer outro já que mandava no reino dos mortos? Quem jamais poderia dominar o Sheol?

Saul deduziu que fosse Samuel (1 Sm. 28.12-14). Como confiar numa necromante, num espírito e num rei desviado?

E, por fim, Saul recebe uma palavra de juízo (1 Sm. 28.15-25) que mais tarde veio a se cumprir (1 Sm. 31). Aqui seria a maior dificuldade do texto para sustentar a minha posição. No entanto, no contexto vétero-testamentário era comum Deus usar um espírito maligno para cumprir os seus propósitos. Já que Saul buscou uma necromante, dali mesmo ouviria o seu juízo. Aliás, o próprio Saul já havia provado de um espírito maligno enviado pelo próprio Senhor para atormentá-lo (1 Sm. 16.14).

Assim o texto bíblico se apresenta e salta aos meus olhos, bem como o caráter contextual do restante das Escrituras. E antes de começar a escrever esse texto achei que seria apenas uma questão de posicionamento sem implicações práticas. Mas, ao chegar aqui vi um perigo em entender que era Samuel: se Deus usou uma necromante para fazer subir Samuel porque não poderia acontecer isso ainda hoje? Abrir é não fechar com a natureza das Escrituras.