As ovelhas produziam lã para as vestes e gordura para a alimentação. Elas próprias poderiam ser usadas para o pagamento de tributos. Mas, o papel do pastor era cuidar delas, protegê-las.
Comer da gordura das ovelhas e se vestir da sua lã estava relacionado ao princípio do sustento e não do lucro, da sobrevivência e não do enriquecimento do pastor, da provisão e não do mercadejar, pois "O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita". (2 Tm. 2.6) A sustento é o fruto, não o alvo.
O que faz parte do cuidado pastoral? Essas coisas que o Sumo-pastor pontua negativamente: "...um pastor que não se preocupará com as ovelhas perdidas, nem procurará a que está solta, nem curará as machucadas, nem alimentará as sadias, mas comerá a carne das ovelhas mais gordas, arrancando as suas patas. Ai do pastor imprestável, que abandona o rebanho!..." (Zc. 11.16-17)
Como poderíamos aplicar essa realidade às ovelhas da Igreja hoje?
"...se preocupará com as ovelhas perdidas..." - evangelização? Se a perspectiva for as ovelhas que fazem parte do rebanho, mas ainda não foram encontradas, sim. Mas, também podemos entender aquelas que se perderam na caminhada, e aqui podem entrar as visitas, comunicação eletrônica, telefonema, enfim, contato com aquelas que se afastaram.
"...procurará a que está solta..." - cajado que acolhe? Seria aquela ovelha independente? Aquela que está e não está? Ela precisa ser admoestada, precisa ser trazida para mais perto. Caberia aqui um desafio mais específico.
"...curará as machucadas..." - aconselhamento. Uma sala adequada ao ato de ouvir ajuda muito.
"...alimentará as sadias...." - discipulado. Tempo de Bíblia aberta. Ensino forte.
Veja que o labor pastoral é múltiplo. Não podemos criticar um pastor dentro de uma visão limitada de quem não visita alguém a tanto tempo, de quem não abriu o gabinete pastoral em determinado horário, de quem passa mais tempo com alguns "privilegiados", e de quem ainda não pregou sobre aquela questão.
Curiosamente nenhum dessas ações são públicas necessariamente. Elas acontecem todos os dias e ninguém as vê, talvez por isso, os pastores são julgados pelo Senhor (1 Co. 4.4-5, 1 Pe. 5.4). O trabalho do pastor é solitário; não da ibope.
Ao mesmo tempo todas essas ações acontecem quando a Palavra é ministrada publicamente. Então os pastores não precisam desses esforços nos bastidores? Sim. Por outro lado, quando uma Palavra é bem preparada ela é capaz de cumprir bem os deveres pastorais. Sendo assim, o pastor precisa assumir o ensino público - ainda que tenha colaboradores.
Essa Palavra não é para os pastores porque pressuponho que já estamos engajados nessa consciência, mas seria um pedido de oração e compreensão do papel pastoral a todas as ovelhas.
Essa Palavra não é para os pastores porque pressuponho que já estamos engajados nessa consciência, mas seria um pedido de oração e compreensão do papel pastoral a todas as ovelhas.
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