“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra”. (Carlos Drummond de Andrade)
É natural
a auto-preservação. As pálpebras fecham para proteger a menina dos
olhos. Temos reflexo para salvar os órgãos vitais. A própria dor é um mecanismo
de alerta e proteção para as coisas não piorarem. MAS,
vivemos numa geração que deseja se iludir. A geração do “analgésico”,
dos paliativos. Somos uma
geração “edonista”. Buscamos o prazer como se ele fosse a própria felicidade.
É só observar os comentários sobre Winehouse. Falou-se da dependência das
drogas e da morte prematura como um “triunfo irreverente”. Ou simplesmente
definimos felicidade como a eliminação das angústias, das dores, das crises.
As aflições
fazem parte da vida. Reconhecer isso não é gostar de sofrer. É viver
sinceramente a realidade nossa de cada dia.
O QUE
VEMOS?
Homens Comendo Lixo:
O Bicho
Vi ontem
um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira)
Escolas
engessadas:
“...é
triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados
em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”
(Carlos Drummond)
Conflitos
familiares
Aperto
financeiro
Gestores
insensíveis
Governantes
inescrupulosos
O QUE
FAZER?
Angustiar-se. Não a ponto de murchar e fazer
morrer a esperança, reproduzindo na escola o bicho-homem que faz do lixo da
desesperança o pão seu de cada dia.
Doar-se com aquela ingenuidade quase
infantil de que podemos mudar o mundo. Mesmo que seja o mundo de uma criança
apenas.
Amar a si mesmo e os outros, porque
amar é como o chocolate. Libera melatonina. Dá sensação de prazer.
Sentir
compaixão. O que é
isso? É a capacidade de se colocar no lugar do outro. É enxergar o mundo com os
olhos dos outros, mesmo que esse outro seja absurdamente diferente.
Resgatar
a alegria da vocação. Temos
uma missão a cumprir, e ela é nobre. Um sorriso e um abraço fazem bem.
Prof.
Vacilius Lima – E.M.E.I. Elias Andere 2011.
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