Toda ciência entra apenas como ferramenta. O ponto arquemediano não está no próprio conhecimento, como se fosse a racionalidade a dar sentido a vida. Tratar qualquer área do conhecimento assim, desonra a Deus, é idolatria. Afinal, não existe razão enquanto substância, o que existe é a racionalidade, que é uma função do coração. E o coração é enganoso.
Por isso, Dooyeweerd defende que não existe conhecimento autônomo, porque o coração está conectado com o ídolo ou com Deus.
Quem não reconhece a sua base, e suas implicações, fica iludido. Pensa que a coisa criada é o criador.
"Sem o auto-conhecimento uma pessoa pode tratar a essência da vida humana como existência biológica e se tornar podre em termos afetivos, justiciais, estéticos, e assim por diante." (Guilherme de Carvalho)
Sendo assim, Dooyerweerd fala das "Ideias Transcendentais" - ideias espirituais que dirigem o pensamento.
Elas fixam os pensamentos teóricos em 3 pressupostos suprateóricos: 1) A coerência do sentido cósmico, captada na experiência ordinária; 2) O "ego supratemporal" que é o coração; e, 3) O "arquê" que é a fonte absoluta do sentido.
Sãos estas 3 "ideias transcendentais" que fazem a pessoa a se fixar num motivo religioso, ainda que ela não tenha consciência disto.
Pensei num exemplo prático: Jovens que trabalham, de forma libertária, para criar um sociedade mais justa. Ou, gente que acredita na supremacia branca. O que estes opostos tem a ver com os motivos religiosos?
Posso arriscar que a essência daqueles jovens tem a motivação num os padrões elevados de justiça, o que não deixa de ser um clamor para resolver com as próprias mãos, a dívida do pecado. Ou ainda, a busca de um padrão divino, que é mais elevado.
E no caso dos supremacistas, acreditam ser a criação perfeita. Uma distorção de quem Deus é.
Não sabemos ao certo quais são as motivações e "justificativas-religiosas-inconscientes", mas certamente, estão lá; pois, Deus criou todas as coisas perfeitas, e pôs no homem a eternidade (Ecl. 3:11). A eternidade sempre estará lá.
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