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terça-feira, 1 de agosto de 2023

Eu assisti Barbie

Vi uma mulher levar a bandeja do café para servir o seu homem, e foi exatamente o que eu havia feito por minhas meninas. Realidade que vejo todos os dias. E na minha última viagem foi o que vi no aeroporto, uma mulher a tirar as malas da esteira enquanto o seu homem contemplava sei lá o que. 

O filme denuncia insensibilidades deste tipo, as quais estão escondidas num distorcido patriarcado. Não vi como crítica a liderança masculina, antes o vi como denuncia ao machismo mais primitivo embrenhando em homens másculos, executivos de sucesso, ou simplesmente naqueles "zés" que não sabem a que vieram e fazem da mulher um instrumento dos seus interesses. 

Se eu fosse definir o atual filme Barbie em duas palavras, elas seriam: "desconstrução e identidade". 

Diferente do que alguns acham o filme serve de ponto de partida para uma boa discussão sobre os múltiplos papéis da mulher e, inclusivamente, sobre o seu papel no lar. 

Não precisamos dizer que há uma relativização quando nivela o papel do lar a todos os outros papéis, uma vez que sabemos, biblicamente, ser o lar a primazia. Entretanto, não vamos entrar por aqui porque também teríamos muito a dizer que esta primazia do lar também mexeria com os homens. 

Gostei também das reflexões em torno da identidade no que tange a fugir de autodefinições a partir de estereótipos. 

Enfim, o filme Barbie pode servir de pano de fundo para boas discussões bíblicas sobre o papel do homem e da mulher, sobre crise de identidade e a importância de desconstruir paradigmas e tradições forjadas, historicamente, por uma cultura machista. 

Quem não assistiu faz bem se assistir.

Instagram: @vacilius.lima

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