O que dizer da unidade do Corpo de Cristo em Portugal? O Corpo de Cristo cuja visibilidade encontramos na igreja local.
Antes de tudo, precisamos considerar que pelo Espírito Santo há "diversidade de dons, ministérios, atuações e manifestações":
"Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus que efetua tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum." (1 Co. 12:4-7)
Temos nós todos os mesmos dons?
Servimos todos em ministérios iguais?
Compreendemos todos a diversidade dos caminhos da multiforme graça de Deus?
Gerimos nós as manifestações do Espírito Santo?
Tendo hoje este temor e tremor, penso que devíamos cuidar com julgamentos temerários.
O que cabe a nós ponderarmos é o que é palpável ao mínimo de bom senso.
E não é de bom senso a maneira descabida como alguns brasileiros invadem Portugal num "modus operandi" in(consciente) de inverter a colonização, agora evangélica, como se os brasileiros fossem os donos da terra e das verdades da fé.
Aliás, nós os que viemos de outras terras, devíamos ter "olhos de ver" e "ouvidos de ouvir" de quem cá vive porque se assim não for, ainda que tenhamos bons caminhos, não sabemos as maneiras e os modos que caibam nestas terras.
Não adianta a mensagem certa dita de maneira descontextualizada, salvo se não queremos alcançar os portugueses, o que não faz o mínimo sentido.
Rechaçamos movimentos unilaterais que não conversam com quem sofre as agruras próprias da terra há algum tempo, e acabam por atropelarem os valores culturais na ilusão de que estão a fazer missões transculturais.
E lado de cá? Há alguns que não se abrem a nada novo que o Senhor da Igreja pode estar a trazer? Falam em nome de Jesus, entretanto, se esquecem de que ele, a Cabeça do Corpo, prometeu: "edificarei a minha igreja" (Mt. 16:18), e que Ele, por vezes, toma caminhos que são mais elevados que os nossos.
Ah, se não ficaremos surpresos quando a Noiva estiver, plenamente, ataviada para as Bodas do Cordeiro.
A respeito de uma outra denominação, bem disse Marcelo Ferreira, missionário da Sepal em Viana do Castelo, que decidiu lavar os pés a um líder português: "Há um certo preciosismo com as doutrinas denominacionais que leva a um receio exacerbado com tudo o que não está no enquadramento".
E assim podemos estar a jogar a criança junto com a água suja.
Há ainda um terceiro grupo, daqueles que são levados de um lado para o outro, por qualquer vento de doutrina, e que nunca acharão descanso. Sobre eles nada temos a dizer, antes alertamos aos que os perdem para que não chorem por este tipo de leite derramado.
Enfim, é altura de abraçarmos, de discernirmos, de andarmos a segunda milha e tomarmos medidas cautelosas no temor do Senhor.
Instagram: @vacilius.lima
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