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terça-feira, 3 de julho de 2012

Até as Epidemias Servem... E as Marchas?


“É provável que a expansão do Cristianismo tenha sido favorecida por um fator inesperado: as epidemias.” (Geoffrey Blainey em “Uma Breve História do Cristianismo”)

O livro destaca os anos 165 a 180 quando a Varíola infestou a Europa e 70 anos mais tarde o sarampo. E milhares de moribundos receberam hospitalidade dos cristãos e isso oportunizou o Evangelho da Graça.

E hoje? Como estamos? Precisamos de nova epidemia para mostrar a nossa cara? Não a “cara pintada” que faz barulho nas marchas, mas o rosto sensível de quem tem compaixão, de quem olha os drogados como gente sufocada na alma, que olha para os mendigos como gente que precisa de Deus, e que vê no rico um mendigo das migalhas que caem da mesa do Pai e não como uma oportunidade de suprir a Igreja.

A nossa sociedade está cheia das epidemias da alma. Cresce o número de gente que sofre de depressão, de gente que tem fobia a tudo, de gente que vive encarcerada pelo medo.

Precisamos, portanto, oferecer uma mensagem relevante. E hoje a mensagem precisa ser Deus no vazio de toda a gente,numa graça que cura.

Até aqui foi um texto escrito em 2012, no Brasil. E a partir deste parágrafo, e de Portugal, eu retomo este texto nestes dias da Pandemia do Coronavírus.

Precisamos reinventar nossa hospitalidade. Como receber os que sofrem?

Não podemos estar encerrados dentro de nossas casas enquanto milhares morrem do lado de fora. 

O que podemos fazer por nossos vizinhos? Ir às compras para os mais vulneráveis? Investir tempo numa chamada telefônica com aqueles que estão muito sozinhos? Voluntariar-se junto ao que o Governo está a fazer? 

Enfim, estamos aqui a viver estes dias difíceis, não apenas para sermos protegidos. O quanto a nossa saúde e condição pode levar alívio aos mais carenciados? 

Os Movimento dos "Caras Pintadas" no Brasil contra o Presidente Collor de Mello lembra-me outros movimentos, inclusivamente a Marcha para Jesus. 

E agora? Onde ficam as Marchas? Temos de marchar na direção daqueles que sofrem. É uma marcha diferente, silenciosa, mas é a marcha que as portas do inferno não podem deter.

O que você pode fazer hoje? Não é hora de estarmos escondidos. Nós temos a mensagem de Esperança, a qual talvez será vista numa mão que socorre e partilha. 

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