Acabei de ouvir uma entrevista na TV Escola com o professor da UERJ Walter Kolhan e ele defendeu que a Filosofia está mais para o Cinema que para o Banco. Vamos ao Banco porque precisamos pagar um conta etc. E ao Cinema vamos porque, porque... enfim, queremos sair de nossa realidade - inconscientemente - e nos deparar com uma outra cosmovisão. Lá nos sentimos livres. Não estamos lá porque temos que... alguma coisa.
Essa visão nada utilitarista da Filosofia me fez pensar nas nossas relações com a Igreja, com os profetas e os sacerdotes. Por que vamos até eles? Por que temos contas a pagar? Por que precisamos de Deus? Por que buscamos a Deus quando precisamos resolver alguma coisa? Por que não nos entregamos a relacionamento, intimidade, adoração?
Tanto a Filosofia quanto a Teologia não são a priori pragmáticas e não deveriam ser utilitaristas, gratuita, fortuita. Elas existem para a contemplação. E quando se permite a contemplação, então assimilamos o verdadeiro sentido das coisas, temos direção, sensibilidade e o nosso mundo pode ser transformado com qualidade.