A Teocracia aconteceu quando o povo de Deus ainda era Israel. Eles, entretanto, rejeitaram o Seu governo, e elegeram Saul para se tornarem parecidos com as outras nações.
Ainda assim, num ato de graça, Deus permite esta transição. E a composição do Reino nunca deixou de ter os conselheiros reais, os sacerdotes, e uma "pedra no sapato" dos reis, que eram os profetas.
Os profetas foram fundamentais para a Teocracia, e depois para que os reis e o Reino, não se desvirtuassem nas contradições dos abusos da autonomia.
A Igreja de Cristo, neo-testamentária, é mais que teocrática. Ela deve ser cristocêntrica, pois Cristo é a cabeça (Cl. 1:18). Ele, o próprio Cristo comprometeu-se a edificar a sua Igreja (Mt. 16:18).
À semelhança do que aconteceu em Israel, para que não houvesse desvios e abusos e nem exclusividade na liderança, o próprio Cristo estabeleceu homens/dons (Ef. 4:11), a fim de que eles equipem o povo.
E um povo equipado, é um povo maduro em discernimento e ativo na cooperação (Ef. 4:14-16).
Estes homens não devem estar, nem trabalhar sozinhos e por isso, o Corpo de Cristo recebeu do Espírito Santo uma diversidade de dons (1 Co. 12).
"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." (1 Pd. 4:10)
E para que haja não uma "pedra profética no sapato", mas sim saúde ativa no Corpo de Cristo, o Novo Testamento estabelece a prática de cerca de 48 mandamentos de mutualidade. Segue um amostra:
"A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração." (Cl. 3:16)
"Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos aceitou, para a glória de Deus." (Rm. 15:17)
Sendo assim, nenhuma igreja local pode ser madura e saudável se não tiver algumas coisas das mais básicas:
1. Liderança plural e coparticipativa, não de um "anjo" único que tem todo poder nas mãos, e reivindica "autoridade espiritual";
2. A diversidade dos Dons Espirituais por todos os membros;
3. A prática dos mandamentos de mutualidade;
4. A consciência coletiva de que Jesus e a Bíblia são as autoridades finais e referenciais para a Igreja; e,
5. As pregações não são "apenas" bíblicas; elas são cristocêntricas no sentido de que culminam na Cruz, pois giram em torno do pecado, da graça, da justificação, da Segunda Vinda de Cristo, da eternidade e da santificação.
E então? A sua igreja local é uma igreja cristocêntrica e biblicamente saudável?
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