O Mateus (8 anos) perguntou ao
pai dele: “Pai, Deus cansa?” Depois da resposta do pai, réplica do garoto: “Então porque Ele
descansou?”
O meu filho Thales (9 anos)
indagou na célula: “Se Cristo morreu pelos nossos pecados porque ainda
pecamos?”
Há respostas bíblicas para as
duas questões, no entanto, o que me impressiona é a pertinência dessas
perguntas. As crianças se assumem em construção do conhecimento, os adultos
acham que tem ou precisam ter respostas lógicas pra tudo. O problema é que nem
sempre é lógica. Há perguntas sérias cujas respostas são mais complexas ainda.
É bom saber que as nossas
respostas prontas, pré-fabricadas, nem sempre tem sentido espiritual e
teológico.
Recorrendo aquelas "velhas" perguntas.
A resposta lógica para Deus
descansou seria: “Não. Deus não cansa. Ele apenas descansou porque é bom e
tra-lá-lá”. Por que temos tanta dificuldade em assumir coisas assim. É porque
fogem da nossa “caixinha de conforto lógico”.
A outra: “Por que ainda pecamos?”
Perguntinha intrigante. Por que você peca? Por que eu peco? Ah! Por que temos a
natureza pecaminosa. Vamos parar de usar a teologia bíblica para nos acomodar
às nossas fraquezas. Por que ainda pecamos se não mais somos escravos do
pecado? Essa indagação Paulo fez algumas vezes. Já sabia a resposta. Sabia de
nossas fraquezas, mas também queria confrontar a safadeza de quem creu e não
vive como deveria viver.
É melhor a gente parar com
respostinhas prontas e entendermos que precisamos da “ingenuidade adulta” das
crianças.