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sábado, 12 de setembro de 2020

Adiafa - um Pentecoste Português

Adiafa, do árabe, "hospitalidade, banquete" tornou-se uma festa tipicamente portuguesa, que acontecia depois das vindimas, e que se estendeu aos trabalhadores da apanha de pêra, maça e outros frutos. 

Lá andei com meu filho Thales por alguns dias, e no final o convite para a Adiafa.

Lembrei-me do Pentecostes, porque a razão cultural do ajuntamento é a mesma: celebrar os dias da Colheita. 

Não pára por aí. Assim como no Pentecostes, havia várias Línguas: Francês, Inglês, Português, Criolo, e o Brasileiro (como dizem eles), que não podia faltar. 

O que mais haveria de comum entre o Pentecostes narrado por Lucas, e a Adiafa narrada por mim?

Havia muita gente boa, cheia de muitas coisas de Deus, mas que não o reconhece em seus caminhos, necessariamente.

Também havia cá e lá, gente com um coração ardente por partilhar o Evangelho.

O que mais? Gente que parecia embriagada por razões diferentes. Algumas de tão cheia de Deus, e outras de tão cheia do fruto da videira.

Algum coração disposto a pregar Jesus? Sim. Entretanto, bem disposto a respeitar a cultura, ouvir e aprender, criar conexões, andar no caminho da pré-evangelização, e a marcar um comportamento que brilha nas trevas, que deixa perguntas por onde passa. 

O Espírito Santo não foi derramado como no Pentecostes, mas certamente estava lá na Adiafa, da terra do Bom Vento em Carvalhal, sutilmente, a iniciar ou dar continuidade na obra que veio fazer.

Ora, no Pentecostes, ora, na Adiafa, mudam-se os trabalhadores, mas o Espírito é o mesmo.

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