Sinta-se Em Casa

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Numa Ilha Distante

Cheguei a São Tomé e Príncipe dia 31 de Dezembro de 2010, uma Ilha Africana no meio do Oceano Atlântico. Foi um dia agitado e de choque cultural, já nos primeiros minutos. 

Conheci os são tomenses: traços bem feitos, vaidosos, barulhentos e alegres. Já havia percebido no Consulado e no Aeroporto, ambos em Lisboa. 

Quando cheguei assustei com o trânsito e o Centro Comercial pelo tamanho da desorganização. Muitas buzinas, guardas contraditórios, sem sinalização alguma, pouco espaço, muita gente, muitas coisas e negócios, buracos, muitos buracos e enormes. Aos olhos tudo muito confuso.
Andei muito, logo nas primeiras horas e tudo impressionou-me, inclusive a beleza natural. Depois de ter ido andar para não mostrar as lágrimas, voltei. E foi bom porque descobri que a Casa de Oração fica à beira de um Atlântico azul turquesa e verde esmeralda. Impressionante!

Mais tarde fomos buscar alguns irmãos numa caminhonete em Praia Colônia e Ribeira Afonso. Não sei se fui marcado de maneira mais forte nesta viagem. Enquanto subíamos e descíamos uma suave serra, crianças, adultos e jovens, e até mães com crianças amarradas às costas, cantavam caminho a fora. Foi quando não contive as lágrimas: a caminhonete quase parou por conta dos buracos, naquela escuridão, longe da cidade, um homem quase cambaleando quedou ao lado, justo na parte em que cantavam com vozes fortes e alegres: “Tu procuras a paz neste mundo, em prazeres que passam em vão, mas na última hora da vida, qual será no futuro o teu lar?” Emocionante!
E a “boca do inferno”? Que lugar impressionante! Deixa-me explicar: foi um nome infeliz que deram a um ponto turístico. Talvez por ser perigoso. Ninguém entra lá. As ondas entram num toboágua natural, dentro do mar, e passam entre as pedras, e embaixo de outras, e explodem a cada 10 segundo como um pequeno vulcão na superfície.
Eis um pouquinho daquela incrível Ilha Africana, e de um povo ainda mais incrível que causa-me saudades.

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