"Apesar da política de isolamento e controle por parte do governo português, a colônia era ainda mais dinâmica e criativa do que a decadente e estagnada metrópole. Isso acontecia na economia, mas também nas artes e na ciência. Entre 1772 e 1800, um total de 527 brasileiros se formou em Coimbra..."
Lisboa tinha um Príncipe Regente - D. João VI - que buscava aproveitar-se ao máximo das jogadas políticas e beneficiar-se da diplomacia com a Inglaterra. Foram muitos presentes e ofertas, e depois pagamentos pela Escolta até o Brasil. Havia tentado enganar Napoleão, conseguiu - mas, custou ao Tesouro estes agrados e promessas. Afinal, ele precisava agradar inimigos declarados. Ficou no limbo por algum tempo e queria continuar assim.
Esta preocupação de só obter o máximo de benefícios entre arqui-inimigos, a fim de proteger a Coroa às custas do Tesouro, fez o Príncipe governar somente pra si mesmo. Portugal ficou estagnado. Aliás, foi um retrocesso porque precisava gastar, gastar, gastar como se a riqueza fosse eterna e garantida.
Assim, não perdeu, mas canalizou muito mal aquele espírito desbravador.
O Brasil precisava agradar somente o Príncipe, mas antes dele chegar o Rio de Janeiro e Salvador, e especialmente São Paulo e Minas Gerais mais afastados, tiveram que lutar, sobreviver, re-inventar, conquistar seu espaço, negociar entre eles, e avançaram.
Uniu-se os conhecimentos adquiridos desta vivência com a Europa, com o desejo de "ser igual" a Europa, com a atitude e o potencial de negociar os produtos, e a decisão do Príncipe com o Livre Comércio ainda que fosse com a Inglaterra naquela altura.
Hoje tenho encontrado líderes portugueses e brasileiros com este mesmo espírito do Brasil-Colônia prestes a tornar-se independente. Gente aberta para negociar, para explorar novas oportunidades, para troca de experiências e trabalho em conjunto.
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