Quais os espaços de vulnerabilidade que encontramos hoje? Onde podemos chorar e ter companhia, sem palavrórios?
É uma bênção simplesmente chorar e não precisar ouvir frases prontas, jargões de vitória, que castram o luto, a dor e a tristeza.
Onde podemos chorar, meus amigos? Qual é o lugar seguro e de acolhimento?
A Igreja devia ser este lugar. Aliás, ela é este lugar, porque quando não é assim não é igreja dentro daquilo que conhecemos no Novo Testamento:
"Chorai com os que choram" (Rm. 12:15) - Não está a dizer para pregar aos que choram. Os que choram precisam apenas de companhia.
"Confessai as vossas fraquezas para serdes curados" (Tg. 5:16). Quem é vulnerável num ambiente onde não há espaço para as lágrimas?
Está alguém contente? Cante. E o que faz quem está triste ou sofrendo? Ore (Tg. 5:13)
Na Igreja onde Tiago era pastor os tristes podiam orar. Eles não eram intimados a cantar.
O maior espaço de contradição e incoerência na Igreja é o tempo de louvor. Por quê? Porque se eu estiver de luto, com o coração partido, completamente destruído, eu sou desafiado a cantar por fé, a escalar montanhas, e não posso nem permanecer sentado porque senão serei olhado de lado e, certamente, serei julgado pelo meu "mal comportamento".
Seria por isto que o melhor lugar para ir não é numa festa?
Em algum momento da vida o melhor para ir não numa igreja, é sim num velório porque encontramos espaço de vulnerabilidade.
Na casa onde há luto o sábio já dizia que é lugar para ir, e quem lá chega deve encarnar apenas o olhar e a reflexão porque é ali que se vê o fim de todos (Ecl. 7:2). Onde há luto é lugar para estar, simplesmente estar.
Jesus, o nosso modelo, o nosso Mestre, chorou (Jo. 11:35).
Quem olha para Jesus encontra espaço e tempo de vulnerabilidade.
Vamos olhar para Jesus?
Instagram: @vacilius.lima
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