Não somos os esposos da Noiva de Cristo.
Nós não podemos em nome da excelência e até mesmo do zelo em não adulterar o Evangelho, colocar extrema DEDICAÇÃO no cuidado para com a Noiva de Cristo, a Igreja, nivelando as nossas queridas esposas a um simples vaso decorativo ou a uma mão-de-obra barata.
O efeito colateral também é duplo, respectivamente. Algumas avançam para além do limite que seria suposto porque não querem ficar para trás, enquanto outras perdem a voz e anulam-se. Ambas vão ajudar a matar o casamento. Nem uma nem outra podem ser equiparadas à mulher virtuosa.
Entretanto, voltamos aos homens. A pergunta não é: "O que estamos a fazer pela Igreja?" Devíamos perguntar: "O que não estamos a fazer por nossa esposa?"
"Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo." (Efésios 5:28)
Pastores e missionários que são maridos não estão isentos deste privilégio, ministério e responsabilidade.
O seguinte alerta: "Cuidem de vocês mesmos e do rebanho" (At. 20:28) que custou o sangue de Cristo e não o nosso próprio sangue, implica cuidar do casamento, cuidar da esposa como prioridade.
Por prioridade não estamos a motivar a negligência ministerial e a apatia no trabalho pastoral. O que importa são os investimentos que Cristo espera de nós.
Ele espera que os casados cuidem das coisas de casa, primeiramente (1 Co. 7:33-34).
Este é outro texto que não isenta maridos que são pastores e missionários. Não adianta adjetivar o pastorado de santo ministério e diminuir o relacionamento conjugal porque "digno de honra é o leito sem mácula" (Hb. 13:4).
Nada pode fazer de qualquer ministério maior que o nosso primeiro ministério: "Amar a nossa esposa tal como Cristo amou a Igreja" (Ef. 5:25)
O amor de Cristo pela Igreja é referência para o casamento e não para o pastorado. Há pastores assumindo um caso extraconjugal com a Noiva de Cristo.
Cristo amou a Igreja. Ele é o esposo da Noiva. Nós somos trabalhadores que estão a preparar a Festa.
Lê-se em algum lugar que a prioridade dos maridos é amar a Igreja tal como Cristo a amou?
Lê-se em algum texto sagrado que a nossa devoção à Igreja está acima de nossa devoção e cuidado para com a nossa esposa?
Maridos líderes, como andam as emoções de sua esposa? Ela sente-se nutrida? Ela sabe que é prioridade? Ela tem a segurança de que ela está acima da Igreja para você?
Somente hoje compreendo o testemunho de um pastor que conheci. Ele disse-me: "Vacilius a igreja ia muito bem naquela altura, mas eu chegava em casa e minha esposa não tinha brilho. Esgotei todas as possibilidades e vi que ela precisava mudar-se de localidade, mudar-se para outros ares. Então, eu decidi deixar a Igreja e a minha esposa foi curada".
Já passei por fases de dedicação extremas que eu não compreendia este nível de maturidade.
Não basta um tempo de Férias, algumas saídas para comer fora. O que devia acontecer, é dizer não por causa dela, é mudar a agenda por causa dela.
Onde fica o profissionalismo? Fica no lugar que é preciso estar. Afinal, não há muitos empregos por aí em que perder a mulher implicaria perda do trabalho. E o ministério é assim.
Enfim, se amamos a Igreja mais que amamos a nossa esposa, estamos tomando o lugar de Cristo.
Se cuidamos da Igreja com maior excelência que cuidamos de nossa esposa, estamos tomando o lugar de Cristo.
E se tomamos o lugar de Cristo somos usurpadores. Será que falta o entendimento de que Cristo é o cabeça do homem e o homem o cabeça da mulher? (1 Co. 11:3). Não há homem que seja o cabeça sobre a Igreja de Cristo.
Será que não temos fé suficiente para crer que é o próprio Cristo prometeu edificar a Igreja? (Mt. 18:18)
Sendo assim, reafirmamos que Cristo ama a sua Noiva e o seu amor pela Igreja é uma metáfora de nosso amor conjugal. O amor sacrificial de Cristo pela Igreja devia inspirar-nos a amar as nossas esposas e não a igreja.
O amor de Cristo pela Igreja é suficiente ou ela precisa de nosso flerte.
Já viram aquela mentalidade: "Eu cuido da Igreja e a minha esposa cuida de mim?" E quem cuida dela, da esposa?
Diante das demandas do ministério, precisamos olhar para Jesus e ouvir o seu doce e amoroso convite: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração" (Mt. 11:29)
Este terno convite pode ser o caminho para vivermos a vida comum do lar com discernimento a fim de que não sejam interrompidas as nossas orações (1 Pe. 3:7).
Enfim, cada qual, vamos todos, amar a nossa esposa como Cristo amou a Igreja.
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