A hospitalidade é, sem dúvida, um instrumento da Graça de Deus. Ela aspergi um bálsamo de renovo e cura.
Faz parte da hospitalidade uma boa refeição, feita com amor. Entretanto, é muito mais que comida e uma cama preparada.
Faz parte da hospitalidade despir-se para ouvir - atentamente - o que o outro deseja dizer. E no falar há partilha, há derramamento, há confissão.
"Confessai as vossas fraquezas uns aos outros para serdes curados..." (Tiago 5.16)
Haveria melhor ambiente para a confissão e o abrir do coração que o aconchego da hospitalidade?
É muitas vezes ao redor da mesa que as pessoas se desarmam e se derramam, e ainda se tornam vulneráveis. Uma vulnerabilidade positiva de ser que somos.
Por que acontece assim? Porque um ambiente seguro e confiável promove partilha, e muitas vezes das mais profundas e intocáveis até então.
Quando os temores são partilhados, eles já não assustam tanto.
Quando as alegrias são celebradas, elas se multiplicam.
Quando os pecados são confessados, eles não têm o mesmo peso.
Quando as desesperanças são divididas, vê-se a luz do amanhã.
Hospitalidade é mais que um prato, é mais uma cama.
Hospitalidade é um bálsamo, é uma abraço na solidão, é um olhar de esperança, é uma oportunidade de sentir-se o centro de toda atenção.
Não há mais ninguém além daquele que é recebido, e quem é recebido sente o quanto ele importa.
Importa muito a pessoa em si, independentemente das limitações e dificuldades que ela pode trazer.
Não poderia ser diferente?
Infelizmente, até pode, se não temos as perspectivas e motivações corretas.
A perspectiva é servir da melhor maneira, a motivação é o que Deus está a fazer na vida de quem recebemos.
Sendo assim, o bálsamo do cuidado e da cura andam juntos.
O que mais poderia ser bálsamo e cura para além da presença do Espírito Santo sendo ministrada?
Dentre as várias visitas e atos de hospitalidade na Bíblia, podemos hoje mencionar quando Maria, mãe de Jesus, entra na casa de Zacarias e saúda Isabel. João Baptista saltou em seu ventre e ela foi cheia do Espírito Santo e alegria. A mesma alegria desfrutou Maria que entoou: "Minha engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!" (Lc. 1.39-47)
A hospitalidade é uma bênção de mão dupla. A alegria no Espírito pode ser desfrutada tanto por aqueles que recebem como por aqueles que são recebidos.
Abre as portas e deixe o bálsamo da alegria no Espírito ser derramado, ainda que num primeiro momento haja lágrimas. E permita-se ser recebido por outros também.
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