Sinta-se Em Casa

Entre. Puxe a cadeira. Estique as pernas. Tome um café, e vamos dialogar com a alma.



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Eleições Americanas: Uma Opinião Tupiniquim

Interessa a alguém opinião de um brasileiro que vive em Portugal? Se interessa ou não, o que sei é que os missionários brasileiros cá na Europa estão a sofrer muito, por conta do aumento do Dólar frente ao Real, e consequentemente pagamos por volta de 7 reais cada Euro.

Quem Deus vai usar para o benefício da obra missionária? Antes deveria ser o Trump (ou ainda será?), mas agora temos o Biden pela frente. 

É inevitável pensar que estamos diante de um Deus que não saiu do Governo, só porque um Democrata - que, normalmente, tem agenda liberal - entrou. Aliás, ainda não entrou. 20 de Janeiro de 2021 ainda não chegou. 

A Igreja americana, e todos os apoiadores de Trump, que oraram para que ele ganhasse, precisa submeter-se a Soberania de um Deus, o qual não se escondeu neste processo. Aliás, isto fica mais evidente quando vemos uma diferença de votos tão pequena.

Outro detalhe que julgo ser importante, é que a agenda Democrata com toda a sua libertinagem, não é capaz de fazer calar os justos, que clamam dia e noite, e que não dependem de um poder político, necessariamente.

Há ainda um ponto cego, a considerar. Quem disse que a agenda Republicana é totalmente santa em suas motivações? O que está por detrás da cortinas da Casa Branca, somente o Deus que tudo vê, pode saber. Somente Ele sonda os corações.

Ainda o que poderia dizer sobre a postura de Trump, de "já ganhei"? A Bíblia diz que aquele que se exalta será humilhado, e este princípio não muda em relação as Eleições americanas. A postura apoteótica de um homem que pensa ter o controle nas mãos foi frustrada. 

Confesso que torci por ele. Em meus conhecimentos limitadíssimos julgava ser o melhor para a América, baseado especialmente pelo crivo da Economia, pois se a América cresce, os aliados podem crescer juntos. Também gostava de ver o Trump jogar limpo contra a China. 

Por outro lado, sei de pessoas muito sérias que oraram e apoiaram-no, e, (in) felizmente, não foi como pediram. 

Uma preocupação: tenho receios de um Presidente que tem o discurso politicamente correto, mas suas ações são pouco eficazes para a Economia. Neste quesito, temo que a América tenha perdido um líder e tenha escolhido um político que vai fazer de tudo para ficar bem com todo mundo, mas sem muito coisa prática.

Enfim, cabem minhas orações pela América e pelos missionários - God bless América, God bless His Mission. 

domingo, 8 de novembro de 2020

O Grito do Ipiranga

 "A montaria usada por D. Pedro nem de longe lembrava o fogoso alazão que, meio século mais tarde, o pintor Pedro Américo colocaria no quadro "Independência ou Morte", também chamado de "O Grito do Ipiranga", a mais conhecida cena do conhecimento."

Não sou contra a pintura romantizada de Pedro Américo, pois as circunstâncias que envolveram a viagem de D. Pedro, de Santos para São Paulo foram muito duras. Precisava ser uma boa mula confortável e forte, para superar terrenos tão íngremes e pedregosos. 

E para além disto, o próprio D. Pedro, com ainda 23 anos, pois os 24 só viria em Outubro, fez todo trajeto - cerca de 16 horas - em tempo chuvoso - e com complicações intestinais.

Como este quadro mais rude, mais cruel, e menos bonito, está relacionado com o quadro, "O Grito do Ipiranga" que conheci nas aulas de História, no Ensino Básico? 

Minha opinião muito pessoal é que o quadro transmite o espírito mais próximo da realidade. As circunstâncias visíveis eram delicadas, mas o espírito, a garra, a luta e a determinação correspondem a grandeza pintada por Pedro Américo. 

Outro ponto de grandeza, é que D. Pedro não queria a Independência. A Independência foi uma decisão necessária, a partir da "correspondência entregue pelos dois mensageiros a D. Pedro na colina do Ipiranga... Uma carta da princesa Leopoldina recomendava o marido prudência e que ouvisse com atenção os conselhos de José Bonifácio."

Este alerta veio depois que a Revolução Liberal do Porto reduziria o Brasil a uma posição de marionete no cenário das decisões do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Então, foi uma decisão valente e corajosa. 

Sendo assim, olho para o quadro "O Grito do Ipiranga" e sei que não retrata as circunstâncias físicas, mas sim, retrata bem o espírito daquele momento. "O Grito do Ipiranga" não foi, mas foi. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

QI Inferior aos dos Pais pela Primeira Vez na História

Por que pela primeira vez na História, as crianças têm o QI inferior ao dos pais? 

Quais crianças, mais precisamente? Aquelas que estão inseridas na Geração Digital, conforme Michel Desmurget, em entrevista a BBC (30/10/2020). E mais exatamente por causa da Orgia Digital.

"Orgia digital?" Faz todo sentido, uma vez que as crianças são entregues aos desejos e imposições, não de si mesmas, mas do que vem de fora, e o que vem de fora, normalmente, é para alienar e subjugar. Afinal, o propósito não é o entretenimento pelo entretenimento, antes, porém, a venda e a dependência; a dependência e a venda. 

Ora, se o acesso é tão fácil, e até "involuntário", se tudo vem a nós, se há uma indústria que só quer vender e manipular, como seríamos ingênuos em pensar que não há o perigo de impurezas generalizadas, de desejos maus e da ganância, que é idolatria?

"Fazei morrer a natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus, e ganância, que é idolatria." (Cl. 3:5). 

Desmurget ainda afirmou que esta "orgia digital" causa diminuição da qualidade e quantidade das relações intrafamiliares, essenciais para o desenvolvimento da linguagem e do emocional; diminuição do tempo dedicado a outras atividades mais enriquecedoras (lição de casa, música, arte, leitura, etc); perturbação do sono; distúrbios de concentração, aprendizagem e impulsividade; e o sedentarismo excesso que prejudica o desenvolvimento corporal e a maturação cerebral.

Quando li isso, quis pinçar item a item, entretanto, vi que podíamos refletir apenas, a priori, sobre o conjunto da Criação. Deus criou a família, e o ambiente de lar, diga-se de passagem. Deus criou as nossas emoções e as capacidades de comunicação. Deus criou todas as coisas, e junto delas a nossa capacidade de replicar tudo, pelas artes e pela cultura. Deus criou a noite e deseja que tenhamos um bom sono. Deus criou o nosso corpo com capacidades "elásticas" e adaptáveis de movimentação. Deus criou a nossa mente a fim de desenvolvermos uma cosmovisão mais ampla possível. 

O pecado vem para destruir toda criação, e Jesus vem para restaurá-la. A "orgia digital" serve a quem? Depende muito de como usamos, e o "como" nesta matéria tem a ver com o "quanto" também.

Falamos dos perigos da "orgia digital", e não dos benefícios que, com bom uso, podem produzir. Aliás, a virtude do equilíbrio não é apenas elucubrações aristotélicas. A virtude do equilíbrio está intimamente relacionada com o "fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, e domínio próprio." (Gl. 5:22-23)

Então, qual a sugestão do tempo de uso, baseada nas pesquisas científicas, já que a média atual daria 30 anos letivos em frente das telas, ou 16 anos trabalhando em tempo integral, antes de completarem 18 anos?

A sugestão de Desmurget é chocante: nada de tela até aos 6 anos de idade, e não mais do que 30 a 60 minutos por dia, depois desta idade, e aos finais de semana 2 horas.

Qual a pergunta que não quer calar? 

O que faremos com os nossos filhos, no restante do tempo? 

A solução não é simplesmente a proibição cega. E nem, simplesmente, mensurar a qualidade do que estão a ver. A solução é diminuir o tempo de tela e aumentar as opções saudáveis, e permitir até algum ócio, pois pode ser ambiente fértil para o desenvolvimento da criança.

Teremos mais trabalho, precisaremos usar nossa criatividade, e será necessário dedicar mais tempo com elas. Tempo de conversa, de música, tempo para sorrir, para contar histórias, tempo de caminhada, tempo de esportes, de passeio, de leitura em conjunto, etc. Parece que tudo isso, lembra-nos o discipulado.

Há um problema ainda maior. A problemática que nos ameaça de nada mudar, é que antes de limitarmos o acesso deles, teremos de limitar o nosso. Nós, pais e mães, teremos de diminuir, drasticamente, nosso tempo na frente das telas.

Estamos bem dispostos a este desafio? Ou, vamos dar as mãos aos nossos filhos, num estilo de vida pobre, que na linguagem de Desmurget é "um mundo triste, entretido em sua servidão". 

E ainda, ele cita o sociólogo Neil Postman para dizer que eles vão se divertir até a morte.

Que tipo de vida - ou morte - queremos para os nossos tão queridos filhos?

Instagram: @vacilius.lima