Quantas vezes eu já critiquei o povo de Israel por sua murmuração no deserto? "Populacho maldito! Não via o maná da provisão, mas reclamava a carne e os alhos porós. Populacho maldito! Não via o livramento das bestas feras do deserto nem o aconchego das nuvens-guia, mas sentia saudade do jugo do Faraó. Populacho maldito! Não via a provisão e o sustento de sandálias que não se gastavam, mas queria a estabilidade medíocre do Egito."
Assim eu já falei sobre eles muitas vezes, e não havia percebido que minha vida havia se tornado amarga como a deles. A coisa parecia sutil. Eu percebi que esse espírito maldito de murmuração se manifesta em mim de outra forma.
Eu não sinto saudades do Egito nem tenho vontade das carnes e dos alhos porós, mas na minha gratidão há sempre um tom de crítica que se disfarça em nome da excelência.
Excelência é uma coisa, perfeccionismo é outra. Buscar metas é uma coisa, se tornar amargo porque não se chegou lá ainda é outra. Agradecer é uma coisa, ser plenamente grato é outra. Alegrias circunstanciais é uma coisa, alegrar-se sempre no Senhor é outra.
O pior da ingratidão é que torna a vida, inclusive dos outros, pior. Pioramos o mundo a nossa volta quando as nossas exigências atropelam os elogios, quando pessoas são feridas por causa de coisas.
Meu caminho, portanto, é me calar mais, muito mais. É engolir meus "sapos-críticas" em nome da pessoa, da humanidade, do bem daqueles a quem eu fui chamado a servir e não a cobrar.
Então aí mais duas considerações: 1) Não me tornar negligente, mas falar no tempo e de modo mais adequado, em amor; 2) Valorizar os avanços e agradecer pelas conquistas, ainda que parciais.
Tem alguém aí que poderia somar comigo em oração? Sob essa consciência, agradeço sem vontade de cobrar.
Pastor seguimos orando!
ResponderExcluirSomando sempre! Muito boa a reflexão como já é de costume!
Louvamos o Senhor por sua vida e ministério
Abraço