A melhor metáfora para a imigração é a do vinho. Tira-se a uva, pisa-a abundantemente, resta o engaço, e mais a tarde o vinho que alegra e conforta os corações. Assim, é a imigração.
Quem já imigrou? Imigração e resiliência são quase sinônimos, pois tal como a uva somos tirados de nosso "habitat", a viagem de nossa "parreira" até o lagar é linda e cheia de sonhos. Há entretanto, muitos "entretantos".
Chegamos ao lagar, somos mergulhados como tantas outras uvas e cachos, os nossos patrícios, e ali somos pisados sem dó. Não é que alguém nos pisa, necessariamente - embora também aconteça.
As próprias circunstâncias da vida, as saudades profundas, litros jorram da nossa alma e lavam o nosso rosto.
"Quem foi temperar o choro e acabou salgando o pranto?" (Ariano Suassuna)
O nosso peito não fala, mas sabe que estamos a ser pisados, e começa a sair o sulco, o melhor de nós.
Quem decide não mudar somente de país, mas sim, fazer as mudanças e adaptações culturais necessárias, mergulhar na cultura que nos recebe, fazer a imersão cultural pode ser comparado ao melhor vinho, que depois de envelhecido, pode muito bem abraçar os seus admiradores.
Sendo assim, quem já imigrou é privilegiado, e se adapta-se ainda mais. A bênção da resiliência anda junto conosco.
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