A restauração não é um ato, ela acontece num processo.
Ao mesmo tempo em que restauração é um processo solitário porque requer uma atitude e persistência muito pessoais, ela requer a companhia de um abraço amigo. Aliás, não só de um abraço amigo, mas de "passos amigo". Aquela caminhada que não se pode fazer sozinho.
A restauração é um processo lento e doloroso porque o pecado também acontece num processo. Desde a Queda vemos isto. Olhar, desejar e comer do fruto repete-se. Não foi assim no adultério do Rei da Davi?
Jesus sabe ser este um processo de desconstrução da santidade e da comunhão, pois nos alertou: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação." (Mt. 26.41)
É mais legítimo reconhecermos que ninguém cai em tentação abruptamente, antes entra-se gradativamente.
É por isso que a retomada da comunhão e de qualquer relacionamento, que recomeça com Deus, passa por um processo de autoanálise e confissão.
"Lembras-te de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras." (Ap. 2.5)
Reconhecer-se, assumir e confessar não é "pera doce", por outro lado, apenas Deus é o único que está num nível acima porque não tem Ele pecado. Ainda assim, humilhou-se em Jesus para levar os nossos pecados.
A suposta vítima também um dia precisou ser perdoada e encontra-se suscetível a pecar igualmente. Sem contar que o processo de queda, normalmente, conta com a desastrosa colaboração de quem é a vítima.
Quem tem mais pecado? Quem pecou ou quem cooperou para o outro pecar? Ambos estão sujeitos a restauração do Deus de amor e misericórdia.
Quem pecou e a vítima do pecado, ambos precisam de um "anjo", um enviado, que tenha "olhos de ver" do lado de fora.
Quem cuida, do lado de fora, não apenas enxerga melhor lá dentro, mas vê melhor os caminhos cá pra fora.
Você precisa ser restaurado porque pecou? Você precisa ser restaurado porque foi ofendido e traído? Ambos precisam daquela companhia amiga.