Depois dEle aparecer crucificado a D. Afonso Henriques na estrofe 45, ao seguir o "embate" com um Mouro, Camões volta a falar de Jesus:
(65) "A lei tenho daquele a cujo império
Obedece o visíbil e invisíbil,
Aquele que criou todo o Hemisfério,
Tudo o que sente e todo o insensíbil,
Que padeceu desonra e vitupério,
Sofrendo morte injusta e ínsofríbil,
E que o Céu à Terra enfim deceu
Por subir os mortais da Terra ao Céu."
Depois disto fui ainda mais impactado com a consciência daquilo que deveria ser a Bíblia em nós:
(66) "Deste Deus-Homem, alto e infinito,
Os livros, que tu pedes, não trazia,
Que bem posso escusar trazer escrito
Em papel o que na alma andar devia."
Por hora, o que meu coração missionário poderia pensar é que, de alguma maneira (ou de maneira tão específica), o Eterno tenha partilhado da Sua Salvação e amor em "mares não dantes navegados", ainda antes de 1572 (quando foi esta obra publicada, 3 anos depois de Camões ter voltado cá, ao Oriente).
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