Sinta-se Em Casa

Entre. Puxe a cadeira. Estique as pernas. Tome um café, e vamos dialogar com a alma.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

50 tons? Qual é o seu estigma?

Hoje tem se tornado normal e se celebrado alguns fetiches sadomasoquistas. "Cinquenta tons de cinza" que o diga. 

O prazer na humilhação define bem o encontro de uma personalidade maldosa, opressora e insensível com uma personalidade vazia, carente, confusa, altamente fragilizada, com vocação voluntária a ser depreciada. 

Aliás, faz parte de algumas culturas e da história em todos os tempos o sucesso do opressor sobre o oprimido sem opção. Ainda mais se a opressão vier mesclada com alguns afagos. 

Alguns afagos e raros gestos de carinho dentro do pacote da humilhação só agrada uma alma completamente acinzentada e vazia. 

Quem está bem consigo mesmo e cultiva uma relação saudável celebra um prazer que acrescenta, que convoca o ânimo, a alegria, a satisfação também de alma, não apenas sensações, mas uma convicção absurda de amor, de quem se assume importante e com valor. 

A proposta é ser eclético e inteligente com um senso profundo de respeito a alma. Respeito a alma porque somente lá dentro sabemos o valor de estar em ordem. É o valor da pessoa antes do prazer que proporciona o maior prazer pra pessoa que sabe o quanto ela mesmo significa. 

Toda pessoa que é tratada como fonte unilateral de prazer - mesmo numa relação tradicional, não passa de um objeto a ser usado e descartado. 

Somente quem é tido e assumido com amor que investe, que serve, que se abnega será capaz de se enxergar como pessoa. 

"Cinquenta tons de cinza" se tornou um "estigma" de relações que desconstroem. Apimenta relações, mas não cura almas vazias. Apenas acrescenta prazer no corpo e dependência enganosa na alma.

O uso do termo "estigma" é porque passou a significar "marca de vergonha". Marcas de vergonha só valem a pena quanto são recebidas por amor ao Evangelho. Quem assume o "estigma" da Cruz sabe amar de verdade.

As marcas de Jesus que Paulo assume é no grego "estigma". É o que ele traz no corpo. "Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo nas marcas de Jesus". (Gl. 6:17)

Apenas aqueles que assumem as implicações do Evangelho pode tornar o seu próprio mundo e dos outros com quem se relaciona menos cinza e nada escuro. 

Não entende o que tem a ver "50 tons" e o Evangelho? Só entende quem ama demais e sabe fazê-lo com criatividade, sem rotina, mas de forma profundamente respeitosa e entregue a partir da perspectiva de quem foi alcançado pra ser melhor e não diminuído.

Ainda não entendeu ? Quem lê "50 tons" aprende só uma coisa. Se em posição de domínio aprende a tratar pessoas como objetos, se em posição de oprimido aprende a se assumir satisfeita com o que é imposto.

Aos casados agora: não entendam essa fala como uma crítica a criatividade, mas sim como um posicionamento contra o amor que não é "Àgape". 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Icabode

A presença de Deus não garante a vitória contra os inimigos. Como assim? 

Se o Senhor está presente automaticamente vencemos. Vencemos? Vamos entender melhor o conceito de "presença de Deus". 

A Bíblia conta uma história ocorrida entre os israelitas e os filisteus. Deus estava presente no meio do seu povo, e ainda assim eles perderam a batalha (1 Sm 4). Por quê?

Israel tinha a Arca da Presença de Deus, mesmo assim foi derrotado pelos filisteus. O Senhor de Israel animou os seus inimigos e os usou para disciplinar o seu povo.

Deus não deseja simplesmente estar presente, o que Ele mais quer é que seu povo ande em sua presença. 

A presença do Senhor é abençoadora, mas quando nós desobedecemos e nos afastamos de sua vontade até os inimigos podem ser usados para que nos voltemos ao Senhor.

Não temos outro caminho a não ser a presença do Pai na perspectiva não apenas de quem desfruta, mas de quem assume as suas implicações.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Assim, permanecem agora esses três...

Quais são esses três que permanecem? Não me refiro aos meus três "filhotes", mas à referência de 1 Co. 13:13: "Assim, permanecem agora esses três: a fé, a esperança e amor. O maior deles, porém, é o amor."

O amor deles, porém, é o amor porque ele permanecerá para sempre. E ele permanecerá para sempre porque quando estivermos face a face com o Senhor não precisaremos mais de fé e esperança.

Não precisaremos mais de fé porque o que esperávamos já terá acontecido, e a esperança que alimentamos já terá se realizado plenamente. Aí então, permanecerá somente o amor, porque Deus é amor. 

E hoje como fica? Precisamos de fé para acreditar no amor, e de esperança para perseverar nele. 

Quem perde a fé perde a capacidade de amar, pois o amor se alimenta de convicção. Quem perde a esperança perde a motivação pra amar, pois o amor se alimenta de razão pra existir. 

Não temos outro caminho senão a fé, a esperança e o amor, mas lembrando que o amor é o maior deles porque permanecerá para sempre, mas também se torna maior a medida que não deixa de existir hoje, e alimenta a fé e a esperança.