
O primeiro que me indicaram vai se aprofundando rua lamacenta abaixo, desbravando o mato. E onde não se imagina estão as pessoas que não imagina fazerem parte do beco.
Estou registrando porque fui desafiado por Deus a aproveitar essa pequena porta. Afinal quando foram chamar o garoto e sua mãe, falaram que aquele que chamava por eles é o pastor. Então num gesto - não da minha generosidade - levei o tênis semi - novo e ainda usado que o Thales doou.
O que a Igreja está fazendo pelos que moram num beco sem saída que acaba por metaforizar a situação de beco em que eles próprios vivem. Situações estreitíssimas, sem possibilidade de saída. A exemplo: diante de mim um garoto - aquele que recebeu o tênis - descalço, num chão molhado, frio, às 21 horas.
Quem queremos abraçar? Quem a Igreja espera receber? Se não for gente assim não teria sentido o Evangelho. Evangelho que deseja alcançar apenas os endinheirados e não estende às mãos aos pobres não é Evangelho. Evangelho que desconsidera aqueles que vivem duplamente num beco não é Evangelho. Evangelho que explora o pouco que não se tem para enriquecer apóstolos, em nome de Deus e de promessas materiais, não é Evangelho.
Ou entramos nos becos sem saídas e apresentamos a saída do Evangelho - que também atende o corpo e não só alma - ou estamos num beco sem saída diante do Senhor da Igreja.
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